Video Mapping : ressignificando o olhar sobre o Design Cenográfico

Abstract

Na abordagem do Design Cenográfico existem diversas ferramentas que contribuem para dar expressão à narrativa posta em cena. Dentre elas existe uma em particular que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado, o Video Mapping. Esta técni-ca caracteriza-se por fazer uso da iluminação gerada através de projetores para so-brepor superfícies específicas com vídeos e imagens. Através dessa projeção, os objetos e as estruturas que a recebem acabam tendo uma cobertura total de suas especificidades topológicas, funcionando como se fosse uma "máscara de luz", que modifica as características desta superfície através do conteúdo audiovisual projeta-do. Este texto introduz por uma breve contextualização histórica sobre como esta técnica se desenvolveu até chegar ao formato hoje conhecido, desde os primórdios da projeção, passando pelo advento do cinema, até o início do seu desenvolvimento. O objetivo deste artigo é entender o Video Mapping como técnica e linguagem, e, para isso, foi necessário compreender sua dimensão sensível e inteligível. De rele-vância no contexto da linguagem cenográfica, o artigo mostra como esta técnica contribui para a manifestação destas duas dimensões. Para isso, foram analisados trechos de sete espetáculos contendo Video Mapping, utilizando-se de instrumentos teóricos e metodológicos de contribuição da semiótica discursiva de Greimas para análise do plano de expressão e conteúdo (dimensão sensível) e três categorias es-pecíficas de análise: a Homotetia, a Homografia e a Anamorfose, que em conjunto definem como a ilusão desejada será criada (dimensão inteligível). Por meio desse estudo foi possível mostrar como as relações entre os funtivos presentes em um es-petáculo é potencializada pelo Video Mapping e como este pode ressignificar o es-paço e dar outros sentidos ao olhar do espectador.

In the Scenographic Design approach, there are several tools that contribute to give expression to the narrative put on stage. Among them there is one in particular that is gaining more and more space in the market, Video Mapping. This technique is char-acterized by making use of the lighting generated through projectors to superimpose specific surfaces with videos and images. Through this projection, the objects and structures that receive it end up having a total coverage of their topological specifici-ties, functioning as if it were a "mask of light", which modifies the characteristics of this surface through the projected audiovisual content. This text introduces for a brief historical contextualization on how this technique developed until reaching the format known today, from the beginning of the projection, through the advent of cinema, until the beginning of its development. The purpose of this article is to understand Video Mapping as a technique and language, and for that, it was necessary to understand its sensitive and intelligible dimension. Of relevance in the context of scenographic language, the article shows how this technique contributes to the manifestation of these two dimensions. For this purpose, excerpts from seven shows containing Video Mapping were analyzed, using theoretical and methodological instruments of contri-bution from Greimas discursive semiotics to analyze the expression and content plan (sensitive dimension) and three specific categories of analysis: Homotetia, Homography and Anamorphosis, which together define how the desired illusion will be created (intelligible dimension). Through this study, it was possible to show how the relationships between funtions present in a show are enhanced by Video Map-ping and how it can reframe the space and give other meanings to the viewer's gaze.