“É metafísica ou putaria das grossas?” : um estudo sobre a língua erótica de Hilda Hilst e a trilogia obscena

Abstract

Este trabalho propõe a análise dos três livros que compõem a chamada trilogia obscena da escritora Hilda Hilst, a saber: O Caderno Rosa de Lori Lamby, Contos d’escárnio & textos grotescos e Cartas de um Sedutor, publicados no início dos anos 1990, a partir do desenvolvimento do conceito de “língua erótica”. Para tanto, será realizado um breve percurso teórico através do termo erotismo, observando sua origem clássica, mitológica e platônica, e em seguida filiando-se aos estudos proposto pelo filósofo francês Georges Bataille e pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han. Além disso, pretende-se fazer uma distinção conceitual entre erotismo e pornografia, para então elaborar teoricamente os fundamentos que configuram uma língua erótica, utilizando-se para isto observações de pensadores como Roland Barthes e Gilles Deleuze. Por fim, este estudo pretende demonstrar que a trilogia obscena de Hilda Hilst opera de maneira erótica menos pela presença da representação do sexo do que pelo funcionamento erotizado da própria linguagem.