Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
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Data
2018Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
O que a cultura pop tem a dizer sobre os sujeitos de nosso tempo? Partindo da premissa que cada época e cada configuração social mobilizam formas particulares de produção de subjetividade, a aposta que dispara esse escrito é que podemos localizar, no terreno da cultura pop, algumas chaves de leitura para compreender a subjetivação contemporânea. Trabalhando com a ideia de a mitologia cumpre a função de recobrir narrativamente o Real do desamparo, nossa proposta é que algumas formações da cultur ...
O que a cultura pop tem a dizer sobre os sujeitos de nosso tempo? Partindo da premissa que cada época e cada configuração social mobilizam formas particulares de produção de subjetividade, a aposta que dispara esse escrito é que podemos localizar, no terreno da cultura pop, algumas chaves de leitura para compreender a subjetivação contemporânea. Trabalhando com a ideia de a mitologia cumpre a função de recobrir narrativamente o Real do desamparo, nossa proposta é que algumas formações da cultura pop apresentam uma estrutura mítica, acessando, sob o véu da ficção, o recalcado de um tempo que se crê racionalista. Para isso, o cinema opera como interlocutor privilegiado. Inspirados no unhemilich freudiano, propomos o conceito de (in)humano para dar conta das figuras que constitutivamente encarnam a negação das representações de humanidade. Destacamos duas delas: vampiros e robôs. Por meio de uma extensa genealogia, buscamos, através da variância e da repetição, desvelar a estrutura subjacente que lhes engendra. Como resultado, destacamos, em cada uma delas, os traços que supomos serem específicos da constituição contemporânea dessas figuras: em relação aos vampiros, a conversão de pesadelo da Modernidade a representante dos ideais de adolescentização da cultura; em relação aos robôs, o desdobramento da paixão pelo autômato, que se desloca do campo de batalha ao domínio da erótica. Por fim, sustentamos que, se essas produções da cultura pop são consumidas com tamanha voracidade, é porque dizem algo sobre os sujeitos que a elas se lançam – ou seja, sobre a subjetividade de nosso tempo. ...
Abstract
What does pop culture have to say about the subjects of our time? We assume that each time and each social configuration mobilize specific forms of subjectivity production; as so, the hypothesis that launches this text is that we can find, in pop culture ground, some of keys to understand the contemporary subjectivation. Working on the idea that mythology uses storytelling to cover the Real of helplessness, we argue that some of the pop culture formations have a mythic structure, accessing, und ...
What does pop culture have to say about the subjects of our time? We assume that each time and each social configuration mobilize specific forms of subjectivity production; as so, the hypothesis that launches this text is that we can find, in pop culture ground, some of keys to understand the contemporary subjectivation. Working on the idea that mythology uses storytelling to cover the Real of helplessness, we argue that some of the pop culture formations have a mythic structure, accessing, under the veil of fiction, the repressed contents of an age that considers itself rationalistic. To this end, cinema functions as a favoured interlocutor. Inspired on Freud’s unheimlich, we present the concept of (ih)human to address the fictional creatures that embody in its constitution what is denied in representations of humankind. We work around two of them: vampires and robots. Throughout an extensive genealogy, tracking variations and repetitions, we try to unveil their underlying structure. As a result, we highlight the traces that, in each one of them, specify their contemporary composition: on the vampires, the mutation from Modernity’s nightmare to agent of teenager culture ideals; on the robots, the unfoldings of passion for the automaton, which dislocates from the fields of war to the domain of love. Finally, we sustain that if these pop culture productions are consumed with such voracity, it is because they say something about the subjects who are targeted – that is, about the subjectivity of our time. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura.
Coleções
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Ciências Humanas (7540)
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