O brinquedo terapêutico no cuidado à criança com câncer em tratamento quimioterápico : uma revisão integrativa

Abstract

Este estudo teve por objetivo identificar evidências quanto à aplicabilidade do brinquedo terapêutico (BT) em artigos originais abordando crianças com câncer e em tratamento quimioterápico. O brinquedo e o brincar fazem parte da infância e estão intimamente relacionados ao desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança. Após o diagnóstico do câncer, a criança passa por diversas adaptações em sua rotina para adequar-se à terapêutica imposta. Seu cotidiano é modificado e as brincadeiras não passam mais a fazer parte desse cenário. Com o tratamento quimioterápico, a criança passa a sentir desconfortos que dificultam o brincar, como a dor, a náusea e a fraqueza. O enfermeiro, por meio da implementação do BT em seu plano de cuidados pode tornar o tratamento quimioterápico da criança o menos traumático possível, permitindo a ela manifestar seus sentimentos, adaptar-se a uma nova condição de vida ou, ainda, prepará-la para procedimentos invasivos. Trata-se de uma revisão integrativa, método que enfatiza o uso de pesquisas para guiar a tomada de decisão clínica. Realizou-se busca por artigos originais publicados no período de 2009 a 2019, nos idiomas português, inglês e espanhol, em três bases de dados: SciELO (Scientific Electronic Library Online), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), CINAHL with Full Text (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature) e no buscador acadêmico disponível no Google, o Google Acadêmico. A amostra foi constituída de sete artigos, sendo cinco qualitativos e dois quantitativos. Mediante análise das publicações destacaram-se inúmeros benefícios advindos da utilização do BT no cuidado de enfermagem às crianças com câncer e em tratamento quimioterápico, tais como: a redução da dor, do estresse, da ansiedade, do medo e da depressão. Além disso, todas as publicações recomendam o uso do BT para o cuidado de crianças com câncer. Contudo, as publicações encontradas possuem níveis de evidência 3 e 4, demonstrando a carência de estudos com classificação melhor quanto ao nível de evidência para embasar a tomada de decisão. Considerando a importância de que o enfermeiro adira às práticas baseadas em evidências, sugere-se a realização de estudos com metodologias mais afetas à busca de evidências.