Análise de fácies e evolução estratigráfica da Formação Rio do Rasto, no bloco leste da Bacia do Paraná, Rio Grande do Sul
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Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
No final do Permiano, a Bacia do Paraná passou por um processo gradual de continentalização, devido a expressivas mudanças climáticas e tectônicas, que acarretaram com a colmatação de um corpo aquoso interior. A Formação Rio do Rasto faz parte do limite superior do Grupo Passa Dois e Supersequência Gondwana I, e é dividida em dois membros: Serrinha (inferior) e Morro Pelado (superior), que representariam a fase final desta colmatação. Trabalhos anteriores mostraram muitas controvérsias interpre ...
No final do Permiano, a Bacia do Paraná passou por um processo gradual de continentalização, devido a expressivas mudanças climáticas e tectônicas, que acarretaram com a colmatação de um corpo aquoso interior. A Formação Rio do Rasto faz parte do limite superior do Grupo Passa Dois e Supersequência Gondwana I, e é dividida em dois membros: Serrinha (inferior) e Morro Pelado (superior), que representariam a fase final desta colmatação. Trabalhos anteriores mostraram muitas controvérsias interpretativas acerca de seu modelo deposicional, desde depósitos marinhos, deltaicos lacustres a sistemas fluviais distributivos, portanto o objetivo geral deste estudo consiste em analisar as fácies e associações de fácies de dois testemunhos da Formação Rio do Rasto no bloco leste da Bacia do Paraná no Rio Grande do Sul, com o intuito de apresentar um modelo deposicional evolutivo dessa região no Permiano Tardio. Foram selecionados dois testemunhos do projeto CBM-UFRGS (poços Chico-Lomã e Morungava) abrangendo a formação Rio do Rasto no bloco leste da Bacia do Paraná no Rio Grande do Sul, que foram descritos através de seções colunares. Foram reconhecidas 16 litofácies, as quais foram agrupadas em cinco associações de fácies: planície de inundação (AF-1), canais fluviais fracamente canalizados (AF-2), lobos de espraiamentos proximais (AF-3), lobos de espraiamentos distais (AF-4) e dunas eólicas (AF-5). Ambas seções mostraram um padrão progradacional dos pacotes areníticos com o aumento de frequência e espessura para o topo. A base das seções consiste nos sedimentos do Membro Serrinha, com predominância de sedimentos finos, arenitos subordinados e com muitos níveis desenvolvendo paleossolos. Já a porção superior das seções apresenta corpos mais arenosos de canais fluviais, espraiamentos terminais e dunas eólicas. O modelo deposicional proposto para as duas seções descritas da Formação Rio do Rasto é de que se trata de uma zona intermediária a distal de uma sistema fluvial distributivo (DFS) que avança em direção à oeste, onde os depósitos de Chico Lomã representam as porções mais proximais e Morungava, as porções mais distais. A partir da correlação, as seções foram subdivididas por zonas relacionadas as ocorrências das associações de fácies, onde: a zona 1 compreende a zona mais proximal, com a presença de todas as associações e principalmente, os canais fluviais e as dunas eólicas; a zona 2 é a porção intermediária que compreende os lobos de espraiamentos proximais e distais; a zona 3 é a zona mais distal e corresponde aos depósitos de planície de inundação associados aos depósitos terminais dos lobos de espraiamentos distais. ...
Abstract
In the Late Permian, the Paraná Basin underwent a gradual continentalization process, due to significant climatic and tectoninc changes, which resulted in the colmatation of na interior water body. The Rio do Rasto Formation is part of the upper limit of the Passa Dois Group and Gondwana I Supersequence, and is divided into two members: Serrinha (lower) and Morro Pelado (upper), which would represent the final stage of this colmatation. Previous works have shown many interpretative controversie ...
In the Late Permian, the Paraná Basin underwent a gradual continentalization process, due to significant climatic and tectoninc changes, which resulted in the colmatation of na interior water body. The Rio do Rasto Formation is part of the upper limit of the Passa Dois Group and Gondwana I Supersequence, and is divided into two members: Serrinha (lower) and Morro Pelado (upper), which would represent the final stage of this colmatation. Previous works have shown many interpretative controversies about its depositional model, from marine, lacustrine deltaic deposits to distributional fluvial systems, therefore the general objective of this study is to analyze the facies and facies associations of two cores of the Rio do Rasto Formation in the eastern block of the Paraná Basin in Rio Grande do Sul, in order to present an evolutionary depositional model of this region in the Late Permian. Two cores were selected from the CBM-UFRGS Project (Chico-Lomã and Morungava wells) covering the Rio do Rasto Formation in the eastern block of the Paraná Basin in Rio Grande do Sul, which were described by columnar sections. Sixteen lithofacies were recognized, which were grouped into five facies associations: floodplain (AF-1), poorly channeled fluvial channels (AF-2), proximal terminal splay (AF-3), distal terminal splay (AF-4) and aeolian dunes (AF-5). Both sections showed a progradational pattern of sandstone packs with increasing frequency and thickness towards the top. The base of the sections consists of the sediments of the Serrinha Member, with predominantly fine-grained, subordinate sandstones and with many levels developing paleosols. The upper portion of the sections presents more sandy bodies of fluvial channels, terminal splays and aeolian dunes. The depositional model proposed for the two described sections of the Rio do Rasto Formation is that is na intermediate to distal zone of a distributive fluvial system that advances westward, where the Chico-Lomã deposits represent the most proximal portions and Morungava the most distal portions. From the correlation, the sections were subdivided by zones related to the occurrence of facies associations, where: zone 1 comprises the most proximal zone, with the presence of all associations, and mainly, the fluvial channels and the aeolian dunes; zone 2 is the intermediate portion comprising the proximal and distal terminal splays; zone 3 is the most distal and corresponds to the floodplain deposits associated with the terminal deposits of distal terminal splays. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Geociências. Curso de Geologia.
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TCC Geologia (389)
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