Memórias fragmentadas de um professor de arte : inter-invenções performativas com jovens na escola pública

Abstract

Esse trabalho trata de memórias de práticas escolares na disciplina de Arte na Escola Estadual Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Compõe-se de uma coleção de relatos apresentados de maneira não linear sobre performances coletivas - experimentos, proposições visuais e sonoras - nessa disciplina, desenvolvida principalmente com turmas de jovens do Ensino Médio. O texto se inspira na anarquia do dadaísmo e do surrealismo do início do século XX, em letras de sambas que marcaram as minhas andanças musicais, em provocações de Marcel Duchamp sobre o que é arte, nos pensamentos livres de Zé Celso Martinez e Tom Zé, no happening proposto por artistas como Allan Kaprow nos anos 1960 e nas ações performativas com os sons e o acaso de John Cage. A tese foi atravessada por citações de cenas e livros lembrados nas caminhadas, leituras ou nos sonhos durante a sua escrita, mas sobretudo pelas inter-invenções de acontecimentos no aqui e agora nos encontros com os alunos na escola, naquele tempo sem tempo, em suspensão, que é passado, mas é presente na elaboração da escrita.

This work deals with memories of school practices in the discipline of Art at the State School Instituto de Educação General Flores da Cunha, in Porto Alegre, Rio Grande do Sul. It is composed of a collection of reports presented in a non-linear way about collective performances - experiments, visual and sound propositions - in this discipline, developed mainly with groups of young high school students. The text is inspired by the anarchy of Dadaism and Surrealism of the early 20th century, in samba lyrics that marked my musical wanderings, in Marcel Duchamp's provocations about what art is, in the free thoughts of Zé Celso Martinez and Tom Zé, in the happening proposed by artists such as Allan Kaprow in the 1960s and in the performative actions with sounds and chance by John Cage. The thesis was crossed by quotes from scenes and books remembered in walks, readings or dreams during its writing, but above all by the inter-inventions of events in the here and now in the meetings with students at school, in that time without time, in suspension. , which is past, but is present in the elaboration of writing.