A invisibilidade dos alunos com deficiência no ensino remoto emergencial

Abstract

A presente pesquisa teve por objetivo tensionar a invisibilidade dos alunos com deficiência durante o período de Ensino Remoto Emergencial (ERE). Para tal, partiu-se do seguinte problema, a partir do Ensino Remoto Emergencial (ERE) imposto pelo cenário da pandemia global de Coronavírus (COVID-19), como foi desenvolvido o ensino de alunos com deficiência em processo de inclusão escolar em uma instituição da rederegular de ensino do município de Gravataí? Para o desenvolvimento metodológico foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo, tomando como instrumento de pesquisa um questionário organizado na ferramenta google forms encaminhado virtualmente aos familiares dos alunos. Objetivou-se entender a partir da ótica das famílias como se desenvolveu a educação dos sujeitos com deficiência mediante a urgência de isolamento social imposta pela nova pandemia de Coronavírus (COVID-19). Não é possível inferir uma avaliação binária favorável ou desfavorável frente a essa nova realidade, pois se trata de um processo recente na educação nacional. O que se observa é que as pessoas com deficiência, mesmo em processo de inclusão escolar na rede regular de ensino, constituem um grupo historicamente excluído de políticas e práticas sociais. Pela complexidade da pandemia, o isolamento social constituiu um processo que reafirmou práticas segregativas. Os novos desafios que marcam o início da segunda década do século XXI, agravam processos históricos de segregação, exclusão, isolamento e negligência dessa parcela populacional na educação. Destaca-se assim, que os movimentos político-sociais que promovem algumas melhorias e benefícios em favor dos sujeitos com deficiência, precisam, por sua vez, ser ressignificados, indo na contramão da urgência conteudista e compreender processos e práticas de afirmação da singularidade humana. Isso implica atentar às demandas de acesso e manutenção do vínculo pedagógico, para depois promover processos e práticas que afirmam a potência da singularidade, considerando as necessidades específicas dos sujeitos.

The present research aimed to stress the invisibility of students with disabilities during the Emergency Remote Teaching (ERE) period. To this end, it started with the following problem, from the Emergency Remote Teaching (ERE) imposed by the scenario of the global pandemic of Coronavirus (COVID-19), how the teaching of students with disabilities in the process of school inclusion in an institution was developed. of the regular education network in the municipality of Gravataí? For the methodological development, a qualitative research was carried out, taking as a research instrument a questionnaire organized in the google forms tool, sent virtually to the students' families. The objective was to understand from the perspective of families how the education of individuals with disabilities was developed through the urgency of social isolation imposed by the new pandemic of Coronavirus (COVID-19). It is not possible to infer a favorable or unfavorable binary assessment in view of this new reality, as it is a recent process in national education. What is observed is that people with disabilities, even in the process of school inclusion in the regular education network, constitute a group historically excluded from social policies and practices. Due to the complexity of the pandemic, social isolation constituted a process that reaffirmed segregation practices. The new challenges that mark the beginning of the second decade of the 21st century aggravate historical processes of segregation, exclusion, isolation and neglect of this population in education. It is therefore noteworthy that the political-social movements that promote some improvements and benefits in favor of individuals with disabilities, need, in turn, to be re-signified, going against the content urgency and understanding processes and practices of affirmation of human singularity. This implies paying attention to the demands of access and maintenance of the pedagogical bond, to then promote processes and practices that affirm the power of singularity, considering the specific needs of the students.