Universes that fall apart : the reality conflict in Ubik

Abstract

A presente monografia analisa o conflito entre realidade e simulação como apresentado no romance Ubik, de Philip K. Dick. A obra, publicada em 1969, é ambientada em uma América altamente tecnológica, em 1992, na qual a vida cotidiana inclui habilidades psíquicas, viagens espaciais e o armazenamento dos mortos em um estado de "meia-vida" em moratórios onde podem ser consultados pelos vivos. O enredo gira em torno de um grupo de pessoas que trabalham para uma organização de prudência, Runciter & Associados, e para seu patrão, Glen Runciter. Após sofrerem um atentado, os funcionários escapam ilesos de uma explosão, exceto por Runciter, que morre. A partir desse ponto, os funcionários começam a perceber alterações em sua percepção da realidade e a receber manifestações de seu falecido patrão através de anúncios e mensagens que surgem em locais inesperados. Esses acontecimentos fazem com que comecem a se perguntar se estão de fato vivos. O objetivo da pesquisa é investigar a zona nebulosa que divide o reino dos vivos e o reino dos que estão nesse estado de meia-vida. Como lastro teórico, lanço mão dos conceitos de Hiper-realidade e Simulacro desenvolvidos pelo filósofo Jean Baudrillard. O trabalho se estrutura em duas seções. A primeira contextualiza a discussão, trazendo informações sobre a temática da realidade na obra de Dick, e sobre o romance Ubik; também apresenta os conceitos usados na análise e sua relevância para o estudo da obra e para o nosso entendimento sobre o tempo em que vivemos. A segunda seção traz a minha análise dos conflitos envolvendo a realidade mostrados no romance, com foco em três elementos: o consumismo, a mistificação e as inconsistências. Com esta monografia, espero contribuir para os estudos sobre Philip K. Dick e para avaliações da atualidade sobre o que vem a ser a realidade.

This monograph analyses the conflict between reality and simulation in Philip K. Dick’s novel Ubik. The work, published in 1969, is set in a highly technological 1992 America, in which everyday life includes psychic abilities, space travel, and storing the dead in a state of “half-life" in moratoriums, where they can be consulted by the living ones. The narrative revolves around a group of people who work for a prudence organization called Runciter Associates, and for their boss Glen Runciter. After suffering a bomb blast, the organization workers escape unharmed, with the exception of Runciter, who dies. However, from that point the workers start experiencing alterations in their perception of reality, and to receive manifestations from their deceased boss through ads and messages set in unusual places. These facts make them wonder if they are in fact alive. My aim in this research is to investigate the blurring in the lines that divide the realm of the living and the realm of those who are in that half-life state. As a theoretical support, I resort to the concepts of Hyperreality and Simulacra developed by the philosopher Jean Baudrillard. This work is structured in two sections. The first contextualizes the discussion with information about the author’s investigation on reality through his literary work, and about Ubik. It also presents the concepts used in the analysis and their relevance to fiction, as well as to our experience as people living in the 21ˢᵗ century. The second section presents my analysis of the conflicts involving reality in the novel, focusing on three elements: consumerism, mystification and inconsistencies. With this monograph, I intend to contribute to the studies about Philip K. Dick and to the discussion about present-day assessments to the concept of reality.