Seriam metáforas redutíveis ao discurso literal? : Uma análise das respostas de Black, Davidson e Searle ao desafio da paráfrase
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Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Segundo Mark Johnson (1981, p. ix), “We are in the midst of metaphormania”. Por ‘metaphormania’, Johnson se refere a um sentimento verificável em uma extensa bibliografia que constitui um debate filosófico cujas origens remontam ao artigo Metaphor (1954) de Max Black e que se estende até hoje. O presente trabalho tem por tema uma das várias questões tratadas neste debate: a de se metáforas seriam redutíveis (ou não) ao discurso literal, isto é, a de se tudo aquilo que metáforas podem expressar ...
Segundo Mark Johnson (1981, p. ix), “We are in the midst of metaphormania”. Por ‘metaphormania’, Johnson se refere a um sentimento verificável em uma extensa bibliografia que constitui um debate filosófico cujas origens remontam ao artigo Metaphor (1954) de Max Black e que se estende até hoje. O presente trabalho tem por tema uma das várias questões tratadas neste debate: a de se metáforas seriam redutíveis (ou não) ao discurso literal, isto é, a de se tudo aquilo que metáforas podem expressar pode ser reproduzido (ou não) por vias literais. Para isso, foram analisadas as respostas de três autores (Max Black, John Searle e Donald Davidson – que representam, cada um, uma abordagem distinta acerca do significado de metáforas) – ao que chamei de desafio da paráfrase (DP) (cuja formulação é a seguinte: poderiam metáforas ser plenamente parafraseadas por expressões literais?), um desafio cujas respostas podem oferecer um material útil para a questão da redutibilidade de metáforas. Essa análise foi feita fundamentalmente por três etapas. Em primeiro lugar, (1) esclareci em que consiste o desafio da paráfrase, quais são os seus elementos constituintes, suas pretensões (e sua utilidade para a questão da redutibilidade de metáforas) e seus limites. Feito isso, (2) reconstruí as respostas de Black, Searle e Davidson ao desafio e, por fim, (3) busquei estabelecer o que funda a divergência entre elas. A partir disso, foi defendido que a divergência de respostas entre os autores está fundada, em grande medida, nas formulações específicas que cada um deu ao desafio da paráfrase. Tais divergências de formulação, por sua vez, estão fundadas nas diferentes concepções de significado possuídas por eles. Além disso, foi defendido que a divergência de formulações gerou, na mesma medida, uma diferença nas próprias pretensões que uma resposta ao desafio poderia ter, de forma que em alguns casos, o confronto ao DP sequer se mostrou útil para a questão acerca da redutibilidade de metáforas. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de Filosofia: Bacharelado.
Coleções
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TCC Filosofia (104)
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