Longitudinalidade e multidisciplinaridade na APS : controle glicêmico em DM II

Abstract

O presente estudo tem como principal foco a longitudinalidade e a multidisciplinaridade no cuidado de pacientes com Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) na Atenção Primária à Saúde (APS). O objetivo desta pesquisa é identificar se há impacto na qualidade do cuidado de pacientes com DM2 quando vinculados a um Médico de Família e Comunidade (MFC). Dessa forma, foi realizado um estudo de coorte retrospectivo por meio de uma revisão em 211 prontuários de pacientes cadastrados com diagnóstico de DM2 na Unidade de Saúde Santa Cecília (USSC), integrada ao serviço do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). De acordo com os resultados do estudo, pacientes diabéticos vinculados a um mesmo MFC ao longo do tempo apresentaram maiores chances de ter exames realizados de hemoglobina glicada (HbA1C) e microalbuminúria com a periodicidade recomendada pelas diretrizes; e passaram com maior frequência em acompanhamento com nutricionistas. Não foi observada relação entre a continuidade do cuidado e melhores resultados de HbA1C, nem a maiores chances de acesso à consultas com profissionais da enfermagem. No entanto, é importante que novos estudos sejam realizados para definir quais elementos precisam ser introduzidos no cuidado dos pacientes e, dessa forma, a longitudinalidade possa ser favorável no controle do DM2.

The main focus of this study is longitudinality and multidisciplinarity in the care of patients with Type 2 Diabetes Mellitus in Primary Health Care . The objective of this research is to identify if there is an impact on the quality of care for patients with DM2 when linked to a Family and Community Doctor . Thus, a retrospective cohort study was carried out through a review of 211 medical records of patients registered with a diagnosis of DM2 at the Santa Cecília Health Unit , integrated into the service of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre . According to the results of the study, diabetic patients linked to the same FCM over time were more likely to have glycated hemoglobin and microalbuminuria tests performed at the intervals recommended by the guidelines; and were more frequently monitored by nutritionists. No relationship was observed between continuity of care and better HbA1C results, nor greater chances of access to consultations with nursing professionals. However, it is important that new studies be carried out to define which elements need to be introduced in patient care and, therefore, longitudinality can be favorable in the control of DM2.