Publicidade infantil e o impacto social da educação para o consumo

Abstract

A presente monografia propõe-se a abordar a problemática existente acerca da publicidade que se direciona à criança e aos impactos resultantes dessa atividade na vida e formação do público infantil. A fim de contextualizar o assunto, em um primeiro momento, buscou-se apresentar conceitos e princípios envoltos à caracterização da publicidade e da criança, possibilitando – em sequência – a abordagem aos impactos resultantes de uma prática publicitária que se volta ao público infantil. Em um estudo legislativo e doutrinário se busca demonstrar a criança como um sujeito que extrapola a vulnerabilidade já conferida ao consumidor, sendo ela, portanto, hipervulnerável frente à publicidade. O primeiro capítulo, assim, adentra em um resgate de conceitos essenciais para o livre desenvolvimento do capítulo que o segue. A publicidade como uma prática que, em princípio, surgia em favor de um caráter informativo, hoje, passa a induzir o comportamento do consumidor, fazendo-o crer sobre a indispensabilidade do consumo inconsciente. Malgrado o público infantil seja incitado ao consumo, nossa principal atenção se volta aos impactos sociais que surgem do que propomo-nos a chamar de ideais irreais, ou seja, a associação das ideologias que cercam a publicidade atingindo a infância. A criança não possuindo crivo para distinguir realidade e fantasia – tampouco identificando a persuasão da publicidade a que está exposta – é enfeitiçada e passa a externalizar o que aprendera nos valores da educação para o consumo. O impacto social que se busca demonstrar são os efeitos que confrontam o direito da criança a ser tratada com prioridade absoluta, tendo em vista sua proteção integral. Ademais, explorar alguns dos ideais irreais fez-se essencial para um entendimento pleno do que se propõe o trabalho. Reconhecer, por fim, a existência de um impacto social que emerge da prática publicitária que educa a criança ao consumo é o que se propõe o presente estudo.

This monograph proposes to address the existing problems regarding the publicity that is directed to the child and the impacts resulting from this activity in the life and education of the children's audience. In order to contextualize the subject, at first, we sought to present concepts and principles involved in the characterization of advertising and the child, making possible - in a sequence - the approach to the impacts resulting from an advertising practice that turns to the children's audience. A legislative and doctrinal study seeks to demonstrate the child as a subject that extrapolates the vulnerability already conferred on the consumer, and is therefore hypervulnerable in the face of advertising. The first chapter thus enters into a rescue of essential concepts for the free development of the chapter that follows it. Publicity as a practice that, in principle, arose in favor of an informative character, today, induces the behavior of the consumer, making him believe about the indispensability of unconscious consumption. As long as the children's audience is incited to consumption, our main attention turns to the social impacts that arise from what we propose to call unrealistic ideals, that is, the association of the ideologies that surround advertising reaching childhood. The child, not having a sieve to distinguish reality and fantasy - not even identifying the persuasion of the publicity to which it is exposed - is bewitched and externalizes what he had learned in the values of education for consumption. The social impact that is sought to demonstrate are the effects that confront the right of the child to be treated with absolute priority, with a view to their integral protection. In addition, exploring some of the unreal ideals has become essential for a full understanding of what the work proposes. Recognizing, finally, the existence of a social impact that emerges from the advertising practice that educates children to consumption is what the present study proposes.