Triagem auditiva neonatal em recém-nascidos de gestantes diagnosticadas com sífilis

Abstract

Introdução: A Sífilis Congênita é considerada um indicador de risco para a deficiência auditiva (IRDA) pelo Joint Committee on Infant Hearing (JCIH), tornando neonatos expostos à esse indicador mais susceptíveis a apresentar tal problema.Objetivo: Analisar os resultados da Triagem Auditiva Neonatal (TAN) em neonatos cujas mães foram diagnosticadas com sífilis na gestação. Métodos: Estudo do tipo transversal e retrospectivo. Foram realizados os seguintes exames: Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAT) e/ou Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático (PEATE-a). Resultados: Foram analisados 169 prontuários de recém-nascidos, divididos em dois grupos: G1 constituiu-se de neonatos de mães que tiveram sífilis diagnosticada durante a gestação e fizeram o tratamento correto preconizado e G2 constituiu-se de neonatos de mães que tiveram sífilis diagnosticada na gestação, que não concluiram ou não realizaram tratamento e que tiveram seus exames positivos para sífilis necessitando de profilaxia para a doença. A média de idade da realização do primeiro teste ficou em 2 dias, com predominânica do sexo masculino. Na análise comparativa entre orelha direita e orelha esquerda não houve diferença significativa entre os resultados de passa/falha sendo que prevaleceu o resultado passa em ambas orelhas. O PEATE-A foi o mais utilizado no teste e reteste em ambos os grupos. Dos 169 neonatos, 37 falharam na triagem auditiva e 29 foram retestados. No reteste, três indivíduos da amostra permaneceram com o resultado alterado e apenas em um foi dada continuidade ao processo de diagnóstico. Nesta avaliação foi identificada perda auditiva condutiva e posteriormente resultados normais no potencial evocado auditivo. Conclusão: Os resultados do estudo indicam que, na amostra pesquisada, não houve associação entre o diagnóstico materno de sífilis e perda auditiva neonatal, apesar da sífilis integrar a lista de indicadores de risco para deficiência auditiva.

Introduction: Congenital Syphilis is considered a Risk Indicator for Hearing Impairment (RIDA) by the Joint Committee on Infant Hearing (JCIH), making neonates exposed to this indicator more susceptible to this problem. Objective: To analyze the results of Neonatal Hearing Screening (TAN) in neonates whose mothers were diagnosed with syphilis during pregnancy. Methods: Cross-sectional and retrospective study. The following tests were performed: Transient Evoked Otoacoustic Emissions (TOAE) and/or Automatic Brainstem Auditory Evoked Potential (BAEP-a). Results: 169 records of newborns were analyzed, divided into two groups: G1 consisted of neonates of mothers who had syphilis diagnosed during pregnancy and had the correct treatment recommended and G2 consisted of neonates of mothers who had diagnosed syphilis during pregnancy, who did not complete or did not undergo treatment and Who had their tests positive for syphilis, requiring prophylaxis for the disease. The mean age of the first test was 2 days, with a predominance of males. In the comparative analysis between the right ear and the left ear, there was no significant difference between the pass/fail results, and the pass result prevailed in both ears. The BAEP-A was the most used in the test and retest in both groups. Of the 169 neonates, 37 failed hearing screening and 29 were retested. In the retest, three individuals in the sample remained with the altered result and only in one the diagnostic process was continued. In this evaluation, conductive hearing loss was identified and later normal results in the auditory evoked potential. Conclusion: The results of the study indicate that, in the studied sample, there was no association between the maternal diagnosis of syphilis and neonatal hearing loss, despite the fact that syphilis is part of the list of risk indicators for hearing loss.