Efeito de diferentes níveis de inclusões de extrato vegetal de casca de acácia negra no controle de parasitos gastrintestinais de ovinos criados a campo

Abstract

A resistência anti-helmíntica é um grave problema à ovinocultura, sendo necessários métodos alternativos que auxiliem no controle da verminose ovina. Com esse objetivo, avaliamos o efeito do extrato taninífero de acácia negra (Acacia mearnsii) no controle de parasitos gastrintestinais em ovinos. Foram divididos 30 cordeiros em três grupos, sendo distribuídos aleatoriamente mantendo os grupos homogêneos em relação ao peso, sexo e valores de OPG. Os tratamentos fornecidos aos animais foram: apenas sal mineral ao G0 (controle), sal mineral contendo 10% de tanino ao G1 e sal mineral contendo 20% de tanino ao G2. O experimento foi realizado durante os meses de Outubro e Novembro de 2021. Os animais receberam 200g do tratamento à campo durante o dia e 200g no galpão durante a noite, totalizando 400g diárias. As sobras eram recolhidas e pesadas para determinar o consumo de cada grupo. Durante o experimento, a cada 15 dias era feita a recuperação de larvas da pastagem, avaliação de FAMACHA©, era feita a pesagem e coletadas fezes dos animais para cálculo de OPG e a cada 30 dias foi feito um pool por grupo dessas fezes para realizar a coprocultura. Os resultados demonstraram consumo médio de 142g, 113g e 98g nos grupos G0, G1 e G2 respectivamente (P<0,05), maior média geral de OPG no grupo G1 quando comparado aos outros dois grupos (P<0,05) porém sem efeito do tratamento ao longo do tempo (P>0,05). O parasito mais encontrado nas coproculturas foi Haemonchus. Não houve diferença na avaliação FAMACHA© (P>0,05) e nem de ganho de peso (GMD 56g G0, GMD 51g G1 e GMD 87g G2) entre os tratamentos (P>0,05). A recuperação de larvas apresentou queda com o passar do tempo em todos os grupos (P<0,05), porém sem efeito do tratamento (P>0,05). Conclui-se do estudo que o extrato taninífero de acácia negra não alterou o ganho de peso dos animais, não demonstrou controle sobre a parasitose dos ovinos e tampouco se mostrou eficaz no controle de larvas na pastagem.

Anthelmintic resistance is a serious problem in sheep farming, requiring alternative methods to help control sheep worms. With this objective, we evaluated the effect of acacia negra (Acacia mearnsii) tannin extract on the control of gastrointestinal parasites in sheep. Thirty lambs were divided into three groups, being randomly distributed keeping the groups homogeneous in relation to weight, sex and EPG values. The treatments provided to the animals were: only mineral salt to G0 (control), mineral salt containing 10% tannin to G1 and mineral salt containing 20% tannin to G2. The experiment was carried out during the months of October and November 2021. The animals received 200g of the treatment in the field during the day and 200g in the shed during the night, totaling 400g daily. Leftovers were collected and weighed to determine the consumption of each group. During the experiment, every 15 days the larvae were recovered from the pasture, FAMACHA© was evaluated, the animals' feces were weighed and collected to calculate the EPG and every 30 days a pool was made per group of these feces to perform coproculture. The results showed average consumption of 142g, 113g and 98g in groups G0, G1 and G2 respectively (P<0.05), higher general average of EPG in group G1 when compared to the other two groups (P<0.05) but without treatment effect over time (P>0.05). The parasite most found in coprocultures was Haemonchus. There was no difference in the FAMACHA© evaluation (P>0.05) or weight gain (ADG 56g G0, ADG 51g G1 and ADG 87g G2) between treatments (P>0.05). Larvae recovery decreased over time in all groups (P<0.05), but without treatment effect (P>0.05). It is concluded from the study that the black wattle tannin extract did not change the weight gain of the animals, did not demonstrate control over sheep parasitosis, nor was it effective in controlling larvae in the pasture.