Angioplastia retrógrada da artéria mesentérica superior : revisão descritiva dos casos do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Abstract

A isquemia mesentérica, resultante da redução ou interrupção do fluxo sanguíneo para o intestino delgado e cólon, representa uma condição clínica de grande gravidade, ocasionada por diversos fatores como trombose, embolia e choque. A incidência da isquemia mesentérica crônica (IMC) é geralmente inferior a 10 casos por 100.000 pessoas/ano, mas aumenta significativamente com o avanço da idade. A IMC é frequentemente subestimada clinicamente e pode se manifestar por sintomas como dor abdominal pós-prandial e perda de peso. A maioria dos casos de IMC decorre de estenose aterosclerótica crônica severa ou obstrução do tronco celíaco ou da artéria mesentérica superior (AMS). Pacientes com obstrução significativa da AMS têm maior probabilidade de desenvolver IMC, conforme critérios de fluxo estabelecidos. Os procedimentos endovasculares têm sido preferidos em relação à cirurgia aberta para a revascularização mesentérica, devido à menor morbimortalidade e à necessidade reduzida de ressecção intestinal. Nesse contexto, a Angioplastia Retrógrada da Artéria Mesentérica Superior tem se destacado como uma técnica valiosa, permitindo o tratamento de lesões altamente calcificadas e possibilitando a avaliação direta da viabilidade intestinal. O objetivo deste estudo é avaliar os aspectos técnicos, complicações relacionadas ao uso de stent e os resultados da angioplastia retrógrada da artéria mesentérica superior, com base na experiência de 10 anos do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.