O conceito de pessoa e a teoria da representação política em Thomas Hobbes

Abstract

O objetivo geral deste trabalho é compreender a articulação do conceito de pessoa ao longo da filosofia de Thomas Hobbes, a partir da argumentação objetiva e subjetiva apresentada pelo autor. Para isso, será realizada uma análise da obra "Leviatã" [1651], focando inicialmente na teoria da representação política, que possui como argumento fundante a definição objetiva de pessoa; nesse contexto, será examinado como Hobbes articula o conceito e sua compatibilidade com argumentos relacionados à autorização, transferência de ações e unificação de vontades em uma vontade pública geral. Posteriormente, será conduzida uma investigação sobre os elementos subjetivos que compõem a antropologia hobbesiana, especialmente na ramificação moral apresentada na filosofia natural do autor. O ponto de partida foi o exame do capítulo XIII do Leviatã, em que Hobbes discute a igualdade natural dos homens, com objetivo de determinar se essa igualdade pode ser entendida como um elemento definidor para a definição de pessoa em Hobbes; será explorado, também, como o autor justifica a unificação em uma única vontade pública, considerando a pluralidade de apetites e aversões humanas reconhecidas por ele. Em síntese, essa análise abordará não apenas a definição teórica do conceito de pessoa em Hobbes, mas também as implicações em sua filosofia política e moral.

The goal of this work is to understand the articulation of the concept of person throughout the philosophy of Thomas Hobbes, based on the objective and subjective arguments presented by Hobbes. I offer an analysis of the work "Leviathan " [1651], initially focusing on the theory of political representation, which has as its founding argument the objective definition of person. In this context, I examine how Hobbes articulates the concept of person and its compatibility with arguments related to authorization, transfer of shares, and unification of wills in a general public will. Subsequently, I investigate the subjective elements that make up the Hobbesian anthropology, especially in its moral ramification presented in the author's natural philosophy. I start by examining chapter XIII of Leviathan, where Hobbes discusses the natural equality of men, discussing whether this equality can be understood as a defining element for Hobbes's definition of person; it will be explored as the author justifies the unification into a single public will, considering the plurality of human appetites and aversions recognized by him. This work will address not only the theoretical definition of the concept of person in Hobbes, but also its practical implications in his political and moral philosophy.