Um habitat em alvenaria : as marcas da branquitude na escrita da história de Marau (RS) (1992-2022)

Abstract

O presente trabalho busca lançar um olhar para a branquitude na escrita da história do Rio Grande do Sul. Para tanto, teve como recorte a produção sobre a história de Marau, município no nordeste do estado, sobre o qual pouco se produziu na história acadêmica. Assim, os objetivos são debater o espaço da historiografia diletante e suas possíveis contribuições na construção de uma história hegemônica branca no município, além de, a partir dos estudos críticos da branquitude, explorar as possibilidades de interpretar Marau como uma região de colonialidade italiana. Como fontes, são analisados três livros sobre a história de Marau, publicados entre 1992 e 2022, e escritos por Francisco Bernardi, interpretado aqui como historiador diletante da cidade. Uma arqueologia do discurso de Bernardi permitiu identificar marcas da branquitude nessa escrita da história que extrapolam as fronteiras do município, e que servem para começar a interpretar a região na qual ele está inserido como uma região de colonialidade italiana.

This work aims to take a look at whiteness in the writing of the history of Rio Grande do Sul. To this end, it focuses on the history of Marau, a town in the northeast of the state, about which little has been produced in academic history. Thus, the objectives are to debate the space of dilettante historiography and its possible contributions to the construction of a white hegemonic history in the municipality, and, based on critical studies of whiteness, to explore the possibilities of interpreting Marau as a region of Italian coloniality. The sources analyzed are three books on the history of Marau, published between 1992 and 2022 and written by Francisco Bernardi, interpreted here as a dilettante historian of the city. An archaeology of Bernardi's discourse allowed us to identify marks of whiteness in this writing of history that go beyond the borders of the municipality, and which can be used to begin to interpret the region in which it is inserted as a region of Italian coloniality.