O que há no "vazio"? : cisnormatividade e colonialidade na Base Nacional Comum Curricular de História
Visualizar/abrir
Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Nesta pesquisa, busco investigar articulações entre os conceitos de cisnormatividade e colonialidade na versão final da Base Nacional Comum Curricular de História. Realizando uma revisão bibliográfica referente à cisgeneridade, cisnormatividade e colonialidade, ensino de História e colonialidade, ensino de História, relações de gênero/sexualidade e a BNCC, exploro o processo de construção da BNCC, em um contexto de perseguição à “ideologia de gênero”. A partir disso, procuro pelo gênero no docu ...
Nesta pesquisa, busco investigar articulações entre os conceitos de cisnormatividade e colonialidade na versão final da Base Nacional Comum Curricular de História. Realizando uma revisão bibliográfica referente à cisgeneridade, cisnormatividade e colonialidade, ensino de História e colonialidade, ensino de História, relações de gênero/sexualidade e a BNCC, exploro o processo de construção da BNCC, em um contexto de perseguição à “ideologia de gênero”. A partir disso, procuro pelo gênero no documento, nominalmente e através de outros termos. Constatando, tal como outres pesquisadories, a ausência de gênero (enquanto conceito das Ciências Sociais/Humanas) na terceira versão da BNCC, reitero os argumentos de que essa ausência/retirada – a qual chamo de “vazio” –, é essencial para a generificação do documento, assim como outros conceitos que permeiam o texto. Aliado a isso, aponto como, nessa versão da Base, a cisnormatividade, desdobrada a partir do trabalho de Viviane Vergueiro, e a colonialidade do sistema moderno-colonial de gênero, considerando a argumentação de María Lugones, interligam-se para conceber (também sendo concebidas por) perspectivas históricas normativas, hierárquicas e binárias das relações de poder e de gênero, marcadas pela invisibilidade e inferiorização de sujeitos históricos dissidentes/inconformes às normas de gênero. Diante disso, menciono, brevemente, possíveis brechas no documento que possibilitem atuações docentes críticas à naturalização do gênero e de seus binarismos, comento três atividades voltadas às relações de gênero no ensino de história, a fim de demonstrar a já existência de perspectivas dessas críticas, e discuto a ideia de um ensino de História anti[cis]tema, na contramão de ensinos cisnormativos e coloniais. ...
Abstract
In this research, I intend to investigate the connections between the concepts of cisnormativity and coloniality in the final version of the BNCC for History. By conducting a literature review on cisgenerity, cisnormativity and coloniality, History teaching and coloniality, History teaching, gender/sexuality relations and the BNCC, I explore the process of constructing the BNCC, in a context of persecution of “gender ideology”. From this, I search for gender in the document, explicitly and thro ...
In this research, I intend to investigate the connections between the concepts of cisnormativity and coloniality in the final version of the BNCC for History. By conducting a literature review on cisgenerity, cisnormativity and coloniality, History teaching and coloniality, History teaching, gender/sexuality relations and the BNCC, I explore the process of constructing the BNCC, in a context of persecution of “gender ideology”. From this, I search for gender in the document, explicitly and through other terms. Constatando/noticing, as other researchers have, the absence of gender (as the concept from Social/Human Sciences) in the third version of the BNCC, I reiterate the arguments that this absence/removal – which I call a “void” – is essential for the gendering of the document, as well as other concepts that permeate the text. Allied to that, I point out how, in this version of the BNCC, cisnormativity, unfolded from the work of Viviane Vergueiro, and the coloniality of the modern-colonial gender system, considering María Lugones’s argumentation, interwine to conceive (also being conceived by) normative, hierarchical and binary historical perspectives of power and gender relations, marked by invisibility and inferiorization of historical subjects who dissident/do not conform to gender norms. Diante disso/Inlight of this/befront that, I briefly mention possible gaps in the document that could enable critical teaching practices againt the naturalization of gender and its binarisms, I discuss three activities focused on gender relations in History teaching, to demonstrate the existence of these critiques, and I debate the idea of an anti[cys]tem History teaching, contrary to cisnormative and colonial teachings. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de História: Licenciatura.
Coleções
-
TCC História (789)
Este item está licenciado na Creative Commons License