Desenho universal para a aprendizagem: artefatos pedagógicos desenvolvidos para e com alunos de uma turma do 5º ano do Ensino Fundamental

Abstract

A presente pesquisa teve como principal objetivo propor, testar/adequar e analisar o uso de artefatos pedagógicos elaborados a partir do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), visando a que pudessem ser utilizados por todos os alunos de uma turma do 5º ano do Ensino Fundamental, com crianças com e sem deficiência visual. A pesquisa iniciou a partir de vivências da professora/pesquisadora com alunos com deficiência visual. Para a busca do referencial teórico, usou-se o banco de dados da Scientific Eletronic Library Online (Scielo), o Google Acadêmico, e as produções realizadas pelo Grupo Multi/UFRGS. Os caminhos metodológicos se basearam nos pressupostos do PesquisarCOM, uma forma de vivenciar a pesquisa que considera os estudantes como participantes do estudo. Nesse contexto, a pesquisa foi desenvolvida em uma turma do 5º ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre/RS. Foram desenvolvidos artefatos pedagógicos acessíveis a todos os alunos da turma em questão haja vista os três princípios do DUA, utilizando livros em multiformato do Grupo Multi/UFRGS: Como eu vou, Kubai, o encantado e Jean e a festa entre culturas. A pesquisa de campo ocorreu durante as aulas regulares, sendo realizadas observações e registros do caminho percorrido. Percebe-se que o planejamento pautado no DUA contribui para o rompimento da ideia de se fazer um planejamento para a turma e outro específico para o aluno PAEE. Destaca-se a importância de oferecer-se, aos estudantes, diferentes possibilidades, isto é, modos múltiplos de apresentação, de ação e de expressão ou de autoenvolvimento, oportunizando o acesso a materiais em diferentes formatos, estratégias diferenciadas e produzindo com eles. Conclui-se que desenvolver o planejamento com base no DUA é uma possibilidade que amplia e qualifica práticas inclusivas. Além disso, salienta-se que propostas pensadas, inicialmente aos alunos PAEE, podem beneficiar a todos, tornando a escola um lugar mais inclusivo, que valoriza as diferenças e potencializa as aprendizagens.

The main objective of this research was to propose, test/adapt and analyze the use of pedagogical artifacts elaborated from the Universal Design for Learning (UDL), so that they could be used by all students in a class of the 5th year of Elementary School, with children with and without visual impairment. The research began from the teacher/researcher's experiences with visually impaired students. To search for the theoretical framework, we used the database of the Scientific Electronic Library Online (Scielo), Google Scholar, and the productions carried out by the Multi/UFRGS Group. The methodological paths were based on the assumptions of PesquisarCOM, a way of experiencing research that considers students as participants in the study. In this context, the research was developed in a class of the 5th year of Elementary School of the Municipal Education Network of Porto Alegre/RS. Pedagogical artifacts accessible to all students in the class in question were developed, in view of the three principles of the DUA, using multiformat books from the Multi/UFRGS Group: Como eu vou (How am I doing), Kubai, O encantado and Jean (The enchanted and Jean) and A festa entre culturas (The party among cultures). The field research took place during the regular classes, and observations and records of the path taken were made. The planning based on the DUA contributes to the rupture of the idea of making a plan for the class and another specific for the PAEE student. The importance of offering students different possibilities is highlighted, i.e., multiple modes of presentation, action and expression or self involvement, providing access to materials in different formats, different strategies and producing with them. It is concluded that developing planning based on the DUA is a possibility that expands and qualifies inclusive practices. In addition, it should be noted that proposals initially designed for PAEE students can benefit everyone, making the school a more inclusive place, which values differences and enhances learning.