Distintos em nome e mesmo significado? Tensões e colaborações entre Gregório IX e Frederico II (1227-1241)

Abstract

A presente tese tem como objetivo principal discutir as posições políticas adotadas pela Igreja em relação ao imperador Frederico II durante o pontificado de Gregório IX. A pesquisa visa compreender como se deram as aproximações e os distanciamentos entre esses personagens. Questiona-se a ideia de um poder soberano e absoluto da Igreja, como elaborado por historiadores por meio do conceito de “Reforma Gregoriana”. Exploramos documentos das chancelarias imperial e papal, inquerindo sobre como a norma e o saber jurídico desempenharam papéis de destaque na resolução de conflitos e negociações. Salientamos ainda, as produções literárias do período, destacando-se obras como Cronica, de Salimbene de Adam, Cronica, de Ricardo de San Germano, e Historia Majora, de Matheus de Paris. Defendemos que a aplicação do conceito de soberania, Estado e política antagônica permite ampliar o entendimento sobre o período, marcado por idas e vindas, negociações e lutas armadas. A análise fornece elementos que permitem superar a concepção de uma "monarquia papal", durante o surgimento das monarquias nacionais. Estas últimas, não necessariamente têm sua origem na modernidade, mas possuem raízes profundas na Idade Média.

The main objective of this thesis is to discuss the political positions adopted by the Church in relation to Emperor Frederick II during the pontificate of Gregory IX. The research aims to understand how the rapprochements and distancing between these characters occurred. The idea of a sovereign and absolute power of the Church, as elaborated by historians through the concept of “Gregorian Reform”, is questioned. We explore documents from the imperial and papal chancelleries, inquiring into how the norm and legal knowledge played prominent roles in the resolution of conflicts and negotiations. We also highlight the literary productions of the period, highlighting works such as Cronica, by Salimbene de Adam, Cronica, by Ricardo de San Germano, and Historia Majora, by Matthew of Paris. We argue that the application of the concept of sovereignty, State and antagonistic politics allows for a broader understanding of the period, marked by comings and goings, negotiations and armed struggles. The analysis provides elements that allow us to overcome the conception of a “papal monarchy” during the emergence of national monarchies. The latter do not necessarily have their origins in modernity, but have deep roots in the Middle Ages.