Contrabandeio de subjetividades fronteiriças : práticas de resistência nas trajetórias de mulheres racializadas na cidade binacional de Acegua-á (Uruguai-Brasil) nos séculos XX e XXI
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Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Esta tese tem o objetivo de narrar trajetórias de mulheres racializadas na cidade binacional de Acegua-á durante os séculos XX e XXI. A partir de três gerações de mulheres da família Rodrigue[s/z]- tendo como fio condutor a matriarca centenária Natalia Rodrigues, a filha Eva Rodriguez, e a neta Ana Rodriguez- busco analisar a operacionalidade intergeracional das leituras raciais, de gênero, maternidade, deslocamento, linguagem e nacionalidade no entrecruzar de dois países. Assim, a análise das ...
Esta tese tem o objetivo de narrar trajetórias de mulheres racializadas na cidade binacional de Acegua-á durante os séculos XX e XXI. A partir de três gerações de mulheres da família Rodrigue[s/z]- tendo como fio condutor a matriarca centenária Natalia Rodrigues, a filha Eva Rodriguez, e a neta Ana Rodriguez- busco analisar a operacionalidade intergeracional das leituras raciais, de gênero, maternidade, deslocamento, linguagem e nacionalidade no entrecruzar de dois países. Assim, a análise das trajetórias de mulheres racializadas se empenha em escavar temporalidades estabelecidas pelo imaginário cotidiano da travessia e das ilegalidades na fronteira, propiciando a historicização de passados subalternos (Chakrabarty/2000) sobre a história de Aceguá e das fronteiras do sul. A pesquisa é orientada teórica e metodologicamente nas concepções sobre fronteira sul (Gimson/2002, Dorfman/2009, Quadrelli/2002), feminismos descolonizadores (Anzaldúa/2016/2020, Lugones/2008/2021, Espinosa/2016, Bidaseca/2010, Gonzalez/2020, Nascimento/2021), práticas cotidianas de resistência (Lugones/2021; De Certeau, 2016) e na história oral (Rovai/2021, Portelli/2020/2010, Cusicanqui/2008). Também faz uso, como recurso narrativo, às fabulações críticas (Hartman/2022/2020) e o pensamento criativo (Walker/2021), lançando mão de metáforas, sonhos, lembranças sonorizadas e imagens geradas por inteligência artificial. Através do conceito de pesquisadora-fronteiriça, visualizar temporalidades soterradas pelas edificações coloniais dos estados-nacionais, evidenciando dinâmicas abultadas pelas lógicas del pase e das ilegalidades fronteiriças. Os bultos temporales, vetores em dissimulação e ocultamento, trafegam mecanismos de sobrevivência em fronteiras, através da ação dos sujeitos em fronteirização. Esses vetores temporais são vigiados e controlados pelas fiscalização alfandegária das Histórias Nacionais e não podem ser apreendidos, podendo ser visualizados através de práticas de resistências em deslocamento, chamadas aqui de contrabandeio de subjetividades fronteiriças. Através da análise das trajetórias das mulheres da família Rodrigue[s/z], compreendendo como essas dinâmicas de ocultamento e dissimulação relacionam-se com as questões de gênero, raça, nacionalidade, bilinguismo e famílias mistas no deslocar-se entre os países. Em um último momento, a possibilidade de traçar notas para um feminismo sul fronteiriço, que leve em consideração a racialização do gênero e as práticas de descolonização nos deslocamentos geográficos. ...
Resumen
Esta tesis tiene como objetivo narrar las trayectorias de mujeres racializadas en la ciudad binacional de Acegua-á durante los siglos XX y XXI. A partir de tres generaciones de mujeres de la familia Rodrigue[s/z]-con la centenaria matriarca Natalia Rodrigues como hilo conductor, su hija Eva Rodríguez y su nieta Ana Rodríguez- se buscó analizar la operatividad intergeneracional de las diferencias raciales, de género, lecturas de maternidad, desplazamiento, lengua y nacionalidad en la intersecció ...
Esta tesis tiene como objetivo narrar las trayectorias de mujeres racializadas en la ciudad binacional de Acegua-á durante los siglos XX y XXI. A partir de tres generaciones de mujeres de la familia Rodrigue[s/z]-con la centenaria matriarca Natalia Rodrigues como hilo conductor, su hija Eva Rodríguez y su nieta Ana Rodríguez- se buscó analizar la operatividad intergeneracional de las diferencias raciales, de género, lecturas de maternidad, desplazamiento, lengua y nacionalidad en la intersección de dos países. Así, el análisis de las trayectorias de las mujeres racializadas busca excavar temporalidades establecidas por el imaginario cotidiano de los cruces fronterizos y las ilegalidades, permitiendo la historización de pasados subalternos (Chakrabarty/2000) sobre la historia de Aceguá y las fronteras del sur. La investigación se orienta teórica y metodológicamente en conceptos sobre la frontera sur (Gimson/2002, Dorfman/2009, Quadrelli/2002), los feminismos descolonizadores (Anzaldúa/2016/2020, Lugones/2008/2021, Espinosa/2016, Bidaseca/2010, González /2020, Nascimento/2021), prácticas cotidianas de resistencia (Lugones/2021; De Certeau, 2016) y en la historia oral (Rovai/2021, Portelli/2020/2010, Cusicanqui/2008). También utiliza, como recurso narrativo, fábulas críticas (Hartman/2022/2020) y pensamiento creativo (Walker/2021), utilizando metáforas, sueños, memorias sonoras e imágenes generadas por inteligencia artificial. A través del concepto de pesquisadora-fronteiriça, visualizar temporalidades sepultadas por las construcciones coloniales de los estados nacionales, resaltando dinámicas abundadas por las lógicas del país y las ilegalidades fronterizas. Los bultos temporales, vectores de disimulo y ocultamiento, hacen circular mecanismos de supervivencia a través de las fronteras, a través de la acción de sujetos limítrofes. Estos vectores temporales son monitoreados y controlados por la inspección aduanera de Historias Nacionales y no pueden ser aprehendidos, sino visualizables a través de prácticas de resistencia en el desplazamiento, llamado aquí contrabando de subjetividades fronterizas. A través del análisis de las trayectorias de las mujeres de la familia Rodrigue[s/z], comprender cómo estas dinámicas de ocultamiento y disimulo se relacionan con cuestiones de género, raza, nacionalidad, bilingüismo y familias mixtas en el desplazamiento entre países. En un último momento, la posibilidad de elaborar apuntes para un feminismo de frontera sur, que tenga en cuenta la racialización del género y las prácticas descolonizadoras en los desplazamientos geográficos. ...
Abstract
This thesis aims to narrate the trajectories of racialized women in the binational city of Acegua-á during the 20th and 21st centuries. Based on three generations of women from the Rodrigue[s/z] family- with the centenarian matriarch Natalia Rodrigues, her daughter Eva Rodriguez, and her granddaughter Ana Rodriguez as a guiding thread- I seek to analyze the intergenerational operability of racial, gender, motherhood readings , displacement, language and nationality at the intersection of two co ...
This thesis aims to narrate the trajectories of racialized women in the binational city of Acegua-á during the 20th and 21st centuries. Based on three generations of women from the Rodrigue[s/z] family- with the centenarian matriarch Natalia Rodrigues, her daughter Eva Rodriguez, and her granddaughter Ana Rodriguez as a guiding thread- I seek to analyze the intergenerational operability of racial, gender, motherhood readings , displacement, language and nationality at the intersection of two countries. Thus, the analysis of the trajectories of racialized women strives to excavate temporalities established by the everyday imaginary of border crossings and illegalities, enabling the historicization of subaltern pasts (Chakrabarty/2000) about the history of Aceguá and the southern borders. The research is theoretically and methodologically oriented on concepts about the southern border (Gimson/2002, Dorfman/2009, Quadrelli/2002), decolonizing feminisms (Anzaldúa/2016/2020, Lugones/2008/2021, Espinosa/2016, Bidaseca/2010, Gonzalez /2020, Nascimento/2021), everyday practices of resistance (Lugones/2021; De Certeau, 2016) and in oral history (Rovai/2021, Portelli/2020/2010, Cusicanqui/2008). It also uses, as a narrative resource, critical fables (Hartman/2022/2020) and creative thinking (Walker/2021), using metaphors, dreams, sound memories and images generated by artificial intelligence. Through the concept of pesquisadora-fronteiriça, visualize temporalities buried by the colonial buildings of national states, highlighting dynamics abounded by the logics of the country and border illegalities. The bultos temporales, vectors of dissimulation and concealment, circulate survival mechanisms across borders, through the action of bordering subjects. These temporal vectors are monitored and controlled by the customs inspection of National Histories and cannot be apprehended, and can be visualized through practices of resistance in displacement, called here the smuggling of border subjectivities. Through the analysis of the trajectories of the women of the Rodrigue[s/z] family, understanding how these dynamics of concealment and dissimulation relate to issues of gender, race, nationality, bilingualism and mixed families when moving between countries. In a final moment, the possibility of drawing up notes for a southern border feminism, which takes into account the racialization of gender and decolonization practices in geographic displacements. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História.
Coleções
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