Corpo-palavra : movimentos de desinstitucionalização na produção de conhecimentos acadêmicos por mulheres dissidentes
Visualizar/abrir
Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Os conhecimentos reconhecidos institucionalmente como acadêmicos através das publicações científicas são majoritariamente produzidos por homens, cisgêneros, brancos e do norte global. Com isso, acabamos dando maior visibilidade ao pensamento colonial. Essa tese visibiliza os movimentos de desinstitucionalização do conhecimento acadêmico através do conhecimento produzido por mulheres dissidentes, em busca de fazer ver suas construções de conhecimento. Para isso, buscamos nos estudos de epistemol ...
Os conhecimentos reconhecidos institucionalmente como acadêmicos através das publicações científicas são majoritariamente produzidos por homens, cisgêneros, brancos e do norte global. Com isso, acabamos dando maior visibilidade ao pensamento colonial. Essa tese visibiliza os movimentos de desinstitucionalização do conhecimento acadêmico através do conhecimento produzido por mulheres dissidentes, em busca de fazer ver suas construções de conhecimento. Para isso, buscamos nos estudos de epistemologias feministas decoloniais, conceitos operadores como narrativas, interseccionalidade, fronteira, corpo, escrita e imagem, principalmente. Desejamos produzir torções e rupturas no campo do conhecimento acadêmico e, para isso, investigarmos onde a produção de mulheres dissidentes escapa dos espaços de conhecimento instituídos para se situarem nas fronteiras. O primeiro movimento feito ao longo do percurso foram entrevistas com mulheres, que apontaram a necessidade das coletividades e o estar em relações coletivas/afetivas de militância. Foi então que a pesquisa se reconfigurou para um grupo de mulheres escritoras e, depois, para o oferecimento de uma oficina de resistências fotográficas. Todo esse percurso foi tornando visível a invisibilidade das mulheres dissidentes e, com isso, oportunizando, que encontrássemos juntas, formas de resistirmos a esse apagamento. Passamos a operar com duas pistas, a saber, o corpo e a palavra. Encontramos, na corporalidade, narrativas que mostram que alguns corpos importam mais que outros, e percebemos como isso se constrói em uma teia social que rege nossas relações, afetos e compreensão de mundo. Para fazer ver esse corpo, precisamos corporificar nossas escritas. Nos deparamos com as narrativas como uma performance, que mantém o movimento e pode fazer ver. A escrita passa a ser costurada com a palavra, que transborda para imagens, assim como a imagem transborda em palavra-escrita. A ligação sensível entre corpo-palavra mostra um caminho para tensionar saberes colonizados. A metodologia utilizada foi a de pesquisa intervenção, operando três práticas fundamentais para o método: escutar, ver e escrever. Assim, teremos movimentos que vão produzir torções e redirecionar caminhos. Como resultado encontramos na experiência radical do corpo e na escrita de nossas vivências, uma forma de desinstitucionalizar os saberes acadêmicos. ...
Resumen
El conocimiento institucionalmente reconocido como académico a través de publicaciones científicas es mayoritariamente producido por hombres, cisgénero, blancos y del norte global. Con eso, terminamos de darle mayor visibilidad al pensamiento colonial. Esta tesis visibiliza los movimientos de desinstitucionalización del saber académico a través del saber producido por mujeres disidentes, en busca de visibilizar sus construcciones de saber. Para ello, buscamos, en los estudios de epistemologías ...
El conocimiento institucionalmente reconocido como académico a través de publicaciones científicas es mayoritariamente producido por hombres, cisgénero, blancos y del norte global. Con eso, terminamos de darle mayor visibilidad al pensamiento colonial. Esta tesis visibiliza los movimientos de desinstitucionalización del saber académico a través del saber producido por mujeres disidentes, en busca de visibilizar sus construcciones de saber. Para ello, buscamos, en los estudios de epistemologías feministas decoloniales, conceptos operadores como narrativas, interseccionalidad, frontera, cuerpo, escritura e imagen, principalmente. Queremos producir giros y rupturas en el campo del saber académico y, para ello, investigamos dónde la producción de mujeres disidentes escapa de los espacios de saber establecidos para situarse en las fronteras. El primer movimiento que se hizo en el camino fueron entrevistas con mujeres, quienes señalaron la necesidad de colectividades y de estar en relaciones de militancia colectiva/afectiva. Fue entonces cuando se reconfiguró la investigación para un grupo de mujeres escritoras y, posteriormente, para la oferta de un taller de resistencia fotográfica. Todo este recorrido ha hecho visible la invisibilidad de las mujeres disidentes y, con ello, nos ha brindado la oportunidad de encontrar juntas formas de resistir este borrado. Empezamos a operar con dos vías, a saber, el cuerpo y la palabra. Encontramos, en la corporeidad, narrativas que muestran que unos cuerpos importan más que otros, y nos damos cuenta de cómo esto se construye en una trama social que rige nuestras relaciones, afectos y comprensión del mundo. Para hacer visible este cuerpo, necesitamos encarnar nuestros escritos. Estamos ante las narrativas como una performance, que mantiene el movimiento y puede hacer ver. La escritura se cose con la palabra, que se desborda en imágenes, como la imagen se desborda en la palabra escrita. La conexión sensible cuerpo-palabra muestra una forma de tensionar saberes colonizados. La metodología utilizada fue la investigación de intervención, operando tres prácticas fundamentales para el método: escuchar, ver y escribir. Así, tendremos movimientos que producirán giros y redirigirán caminos. En consecuencia, encontramos en la experiencia radical del cuerpo y en la escritura de nuestras experiencias, una forma de desinstitucionalizar el saber académico. ...
Abstract
The knowledge institutionally recognized as academic through scientific publications is mostly produced by men, cisgender, white and from the global north. With that, we ended up giving greater visibility to colonial thought. This thesis makes visible the movements of deinstitutionalization of academic knowledge through the knowledge produced by dissident women, in search of making their constructions of knowledge visible. For this, we seek, in the studies of decolonial feminist epistemologies, ...
The knowledge institutionally recognized as academic through scientific publications is mostly produced by men, cisgender, white and from the global north. With that, we ended up giving greater visibility to colonial thought. This thesis makes visible the movements of deinstitutionalization of academic knowledge through the knowledge produced by dissident women, in search of making their constructions of knowledge visible. For this, we seek, in the studies of decolonial feminist epistemologies, operator concepts such as narratives, intersectionality, border, body, writing and image, mainly. We want to produce twists and ruptures in the field of academic knowledge and, for that, we investigate where the production of dissident women escapes from the established spaces of knowledge to be situated on the borders. The first movement made along the way were interviews with women, who pointed out the need for collectivities and to be in collective/affective militancy relationships. It was then that the research was reconfigured for a group of women writers and, later, for the offering of a photographic resistance workshop. This entire journey has made the invisibility of dissident women visible and, with that, providing the opportunity for us to find together ways to resist this erasure. We started to operate with two tracks, namely, the body and the word. We find, in corporeality, narratives that show that some bodies matter more than others, and we realize how this is built in a social web that governs our relationships, affections and understanding of the world. To make this body visible, we need to embody our writings. We are faced with narratives as a performance, which maintains the movement and can make people see. Writing becomes sewn with the word, which overflows into images, just as the image overflows into the written word. The sensitive connection between body-word shows a way to tension colonized knowledge. The methodology used was the intervention research, operating three fundamental practices for the method: listening, seeing and writing. Thus, we will have movements that will produce twists and redirect paths. As a result, we find in the radical experience of the body and in the writing of our experiences, a way of deinstitutionalizing academic knowledge. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.
Coleções
-
Ciências Humanas (7695)
Este item está licenciado na Creative Commons License
