Preservação, armazenamento e transporte de órgãos para transplante : uma revisão das regulamentações nacionais e internacionais e da literatura científica

Abstract

Introdução: O Brasil possui um dos maiores sistemas de transplantes do mundo, no entanto a fila de espera por órgãos para transplante possui mais de 50 mil pessoas registradas. Existem perdas consideráveis de órgãos ofertados devido a problemas de infraestrutura, disponibilidade de equipes, logística, condições do doador e do órgão. O melhor aproveitamento de órgãos pode ser atingido através de legislação efetiva, organização do sistema e educação. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa sobre as regulamentações das principais agências reguladoras, nacionais e internacionais, no que concerne ao armazenamento, preservação e transporte de órgãos sólidos. Também foi realizada uma busca nas principais bases de dados científicos para encontrar os principais métodos de preservação de órgãos, incluindo temperatura ideal e novas tecnologias disponíveis. Resultados: Foi possível evidenciar que existe uma padronização seguida mundialmente com a utilização de embalagens triplas. Todavia, ainda existem poucas especificações sobre condições técnicas exigidas para as variáveis no processo: os aspectos que constituem a embalagem, como temperatura, método de resfriamento, material de embalagem e controle de temperatura durante o transporte. Atualmente, o método mais utilizado é o Armazenamento Estático à Frio, pela facilidade e custo relativamente menor em comparação às Máquinas de Perfusão, tecnologia que têm crescido por possibilitar o recondicionamento dos órgãos e atenuar danos por isquemia de reperfusão. Conclusão: O armazenamento e preservação constituem aspectos clínicos, técnicos e sanitários inerentes a efetivação do transplante, existem limitações regulatórias que necessitam de maior aprofundamento para garantir procedimentos e insumos adequados a fim de conferir segurança e qualidade ao processo.

Introduction: Brazil has one of the largest transplant systems in the world, however the waiting list for organs for transplant has more than 50 thousand people registered. There are considerable losses of organs offered due to infrastructure problems, availability of teams, logistics, donor and organ conditions. The best use of organs can be achieved through effective legislation, system organization and education. Methodology: A survey was carried out on the regulations of the main regulatory agencies, national and international, regarding the storage, preservation and transport of solid organs. A search was also carried out in the main scientific databases to find the main organ preservation methods, including optimal temperature and new technologies available. Results: It was possible to show that there is a standardization followed worldwide with the use of triple packaging. However, there are still few specifications about the technical conditions required for the variables in the process: the aspects that constitute the packaging, such as temperature, cooling method, packaging material and temperature control during transport. Currently, the most used method is Static Cold Storage, due to its ease and relatively lower cost compared to Perfusion Machines, a technology that has grown by allowing the reconditioning of organs and mitigating damage by Ischemia of reperfusion. Conclusion: Storage and preservation are clinical, technical and health aspects inherent to the transplantation, there are regulatory limitations that need further deepening to guarantee adequate procedures and inputs in order to provide safety and quality to the process.