Estratégias promotoras da adesão ao tratamento antirretroviral em crianças e adolescentes com HIV : uma revisão de escopo

Abstract

Introdução: A adesão ao TAR é essencial para alcance da supressão viral, prevenção de resistência medicamentosa e melhora na qualidade de vida de crianças e adolescentes com HIV. No entanto, fatores psicossociais, logísticos, educacionais e culturais agem dificultando a continuidade do tratamento, exigindo que intervenções eficazes e adaptadas às necessidades únicas dessa população sejam exploradas. Objetivo: Analisar estratégias que promovam a adesão ao tratamento antirretroviral (TAR) em crianças e adolescentes com HIV. Método: Foi realizada uma revisão de escopo com busca sistemática nas bases PubMed, Web of Science, SciELO e CINAHL, considerando estudos publicados entre 2014 e 2024, em português, inglês e espanhol. Foram incluídos artigos que abordassem intervenções voltadas à promoção da adesão ao TAR em crianças e adolescentes. Após análise de 57 artigos, 32 atenderam aos critérios de inclusão. Os dados foram extraídos e organizados em fatores associados à adesão e categorias de estratégias. Resultados: As 6 categorias de estratégias principais: educacionais, comportamentais, tecnológicas, sociais, estruturais e de serviço de saúde. Intervenções educacionais, como programas de capacitação sobre HIV e TAR, mostraram-se eficazes ao melhorar o conhecimento e a compreensão sobre o tratamento. Estratégias comportamentais, como reforço positivo e aconselhamento, destacaram-se por promover mudanças nos hábitos de adesão, mas raramente foram aplicadas dissociadas de outras estratégias. Tecnológicas, com o uso de aplicativos e mensagens de texto, tiveram resultados positivos. Foram amplamente utilizadas para lembretes e monitoramento remoto. Intervenções sociais, incluindo suporte familiar e comunitário, ajudaram a reduzir o estigma e fortaleceram redes de apoio. Por fim, melhorias estruturais e de serviço de saúde, como disponibilidade de transporte gratuito e acesso facilitado aos serviços de saúde, foram determinantes para superar barreiras logísticas. Abordagens combinadas, que integram múltiplas estratégias, apresentaram maior eficácia. Conclusão: Estratégias integradas e personalizadas são essenciais para melhorar a adesão ao TAR em crianças e adolescentes com HIV. A combinação de intervenções educacionais, tecnológicas e sociais mostrou-se particularmente eficaz. No entanto, alguns desafios permanecem, como a padronização de métodos de mensuração da adesão e mapeamento da sustentabilidade das intervenções. Pesquisas futuras devem explorar a caracterização da efetividade e o alcance dessas estratégias, considerando contextos locais e recursos disponíveis.