A querela dos universais : de porfírio a Abelardo

Abstract

O seguinte trabalho busca fazer uma apresentação da querela dos universais como o resultado da translatio studiorum e não como um problema eterno da filosofia, seguindo a linha argumentativa como exposta por Alain de Libera. É de intenção de demonstrar ao longo do trabalho que a querela dos universais da Idade Média, isto é, a discussão acerca da natureza do universal, é na realidade o resultado da exegese de corpus filosóficos da antiguidade. Partindo da apresentação inicial de Porfírio em Isagoge o trabalho percorre a sua transmissão ao ambiente latino por via da tradução de Boécio e de seus comentários. É encontrado em Abelardo uma resposta para essa querela, resposta que é fruto da transmissão indireta de filosofias conjuntamente com o texto base.

The following paper seeks to present the querelle of universals as the result of the translatio studiorum and not as an eternal problem of philosophy, following the line of argument as set out by Alain de Libera. The intention is to demonstrate throughout the paper that the querelle of universals of the Middle Ages, that is, the discussion about the nature of the universal, is in reality the result of the exegesis of philosophical corpuses of antiquity. Starting from the initial presentation of Porphyry in Isagoge, this paper covers its transmission to the Latin environment through the translation of Boethius and his commentaries. A response to this querelle is found in Abelard, a response that is the result of the indirect transmission of philosophies together with the base text.