Intersexo e família : entre decisões parentais e médicas
Visualizar/abrir
Data
2025Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
O presente trabalho busca interpretar e responder a pergunta: como os pais de crianças intersexo chegam a uma decisão sobre fazer ou não cirurgias de designação do sexo e/ou estéticas em seus filhos a partir das circunstancias pessoais, culturais, sociais e médicas? Pela Antropologia da Moral e da Ética dentre outras abordagens antropológicas, pretendo analisar as noções construídas sobre o tema crianças/jovens intersexo a partir das suas famílias. Para tal, utilizo três entrevistas feitas de m ...
O presente trabalho busca interpretar e responder a pergunta: como os pais de crianças intersexo chegam a uma decisão sobre fazer ou não cirurgias de designação do sexo e/ou estéticas em seus filhos a partir das circunstancias pessoais, culturais, sociais e médicas? Pela Antropologia da Moral e da Ética dentre outras abordagens antropológicas, pretendo analisar as noções construídas sobre o tema crianças/jovens intersexo a partir das suas famílias. Para tal, utilizo três entrevistas feitas de modo remoto com os responsáveis diretos dos jovens intersexo, articulando-os às noções de dilema moral de Jarrett Zigon e de valores de Joel Robbins. O entendimento da família sobre a intersexualidade é crucial na tomada de decisões sobre optar ou não por procedimentos terapêuticos em seus filhos intersexo. Alguns pais não são informadas do termo intersexo ou ignoram esse tipo de sexuação dos corpos de seus filhos (Machado, 2008; Telles-Silveira; Tonetto-Fernandes, 2009). Portanto, o objeto desta pesquisa, os familiares, seguirá o diagnóstico que aponta por diversos parâmetros a intersexualidade transformando-a em termo polissêmico. O gerenciamento sociomédico (Machado, 2008, p.18) opta pela designação da identidade sexual que exige a definição e a determinação do sexo (DDDS) tensionando os interesses pedagógicos médicos e os familiares no entendimento sobre a condição corporal da criança ou do jovem em uma questão para que se alinhe as expectativas binárias (Crocetti; Prandelli, 2024; Lima, 2007), assim não entendendo a condição intersexo como “variação” nem “sem sexo”. O discurso profissional e o discurso técnico da área médica e cirúrgica têm sobrepeso no entendimento familiar de que é necessário intervir no corpo do paciente2 e, principalmente, em um determinado tempo - geralmente nos primeiros meses e anos de vida do bebê (El Beck; Germano, Barros; et. al., 2020), o que pesa nas decisões dos responsáveis sobre as terapêuticas aplicadas aos seus filhos. ...
Abstract
This paper seeks to interpret and answer the question: how do parents of intersex children come to a decision about whether or not to perform sex reassignment and/or cosmetic surgery on their children based on personal, cultural, social and medical circumstances? Through the Anthropology of Morals and Ethics, among other anthropological approaches, I intend to analyze the notions constructed on the subject of intersex children/young people based on their families. To do this, I use three interv ...
This paper seeks to interpret and answer the question: how do parents of intersex children come to a decision about whether or not to perform sex reassignment and/or cosmetic surgery on their children based on personal, cultural, social and medical circumstances? Through the Anthropology of Morals and Ethics, among other anthropological approaches, I intend to analyze the notions constructed on the subject of intersex children/young people based on their families. To do this, I use three interviews conducted remotely with the direct guardians of intersex young people, linking them to Jarrett Zigon's notions of moral dilemma and Joel Robbins' notions of values. The family's understanding of intersexuality is crucial in making decisions about whether or not to opt for therapeutic procedures for their intersex children. Some parents are not informed of the term intersex or ignore this type of sexing of their children's bodies (Machado, 2008; Telles-Silveira; Tonetto-Fernandes, 2009). Therefore, the object of this research, the family members, will follow the diagnosis that points to intersexuality through various parameters, transforming it into a polysemic term. Socio-medical management (Machado, 2008, p.18) opts for the designation of sexual identity that requires the definition and determination of sex (DDDS), tensioning medical pedagogical interests and family members' understanding of the child or young person's bodily condition into a question that aligns with binary expectations (Crocetti; Prandelli, 2024; Lima, 2007), thus not understanding the intersex condition as “variation” or “sexless”. The professional discourse and the technical discourse of the medical and surgical field have an overweight in the family understanding that it is necessary to intervene in the patient's body and, above all, at a certain time - usually in the first months and years of the baby's life (El Beck; Germano, Barros; et. al., 2020), which weighs on the decisions of those responsible about the therapies applied to their children. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de Ciências Sociais: Bacharelado.
Coleções
-
TCC Ciências Sociais (784)
Este item está licenciado na Creative Commons License
