Práticas de Inclusão Escolar : uma (auto)etnografia da atuação dos monitores de inclusão do Colégio Marista Champagnat, do município de Porto Alegre - RS

Abstract

Este trabalho tem como temática a prática do profissional de apoio à inclusão escolar de estudantes considerados público-alvo da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008). Especificamente, investiga os sentidos e desdobramentos que a atuação dos profissionais de apoio à inclusão escolar, intitulados como monitores de inclusão, tem no e para o Colégio Marista Champagnat, a partir da análise sobre o processo de materialização das diretrizes legais acerca das políticas de inclusão escolar na organização local. Para tanto, foram analisados documentos legais que definem a inclusão escolar e os instrumentos para sua implementação - dentre eles o recurso do profissional de apoio. Bem como foram realizadas entrevistas com profissionais de apoio à inclusão escolar dos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio da referida escola. Em razão da autora ser uma monitora de inclusão nessa instituição, utilizou-se também da autoetnografia como recurso metodológico para o desenvolvimento deste trabalho, além da pesquisa bibliográfica e documental. A pesquisa destaca, desde uma perspectiva antropológica, os modos pelos quais a falta de regulamentação acerca desse agente dinamiza-se em práticas diversas no seio das escolas regulares e possibilita concepções diferentes sobre a sua identidade e atuação, na interface com estudantes Público-Alvo da Educação Especial e/ou com Necessidades Educativas Específicas e com a comunidade escolar no geral. Foi possível constatar que a Rede Marista concebe a atuação desse profissional como presença mediadora. No Colégio Marista Champagnat, essa atuação se articula como uma prática complementar aos processos educativos e possui duas dimensões: a dimensão do cuidado e a dimensão pedagógica.