Mediação de leitura para o desenvolvimento da compreensão leitora na educação infantil e no 1° ano do Ensino Fundamental
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Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
O presente trabalho parte da ideia de que o processo de compreensão de leitura se inicia nos primeiros contatos das crianças com os livros. Mesmo antes de decodificar palavras ou desenvolver fluência, elas já dão os primeiros passos em direção a um comportamento leitor essencial para o seu desenvolvimento. Entretanto, esse ideal enfrenta desafios, como a redução do brincar ativo e a perda do encantamento pelos livros. No meio acadêmico, observa-se também uma escassez de estudos voltados à compr ...
O presente trabalho parte da ideia de que o processo de compreensão de leitura se inicia nos primeiros contatos das crianças com os livros. Mesmo antes de decodificar palavras ou desenvolver fluência, elas já dão os primeiros passos em direção a um comportamento leitor essencial para o seu desenvolvimento. Entretanto, esse ideal enfrenta desafios, como a redução do brincar ativo e a perda do encantamento pelos livros. No meio acadêmico, observa-se também uma escassez de estudos voltados à compreensão de leitura na Educação Infantil e no 1º ano do Ensino Fundamental, onde o foco recai majoritariamente sobre a alfabetização. Em vista de incentivar a promoção da mediação de leitura com práticas significativas, em ambientes acolhedores que valorizem o diálogo e o desenvolvimento infantil, este trabalho investigou, por meio de um estudo de caso com observação participante, como a mediação de leitura pode contribuir para o desenvolvimento da compreensão leitora, analisando as estratégias pedagógicas utilizadas durante e após a leitura do livro "Apertada e sem espaço", de Julia Donaldson (1993). Participaram crianças de duas turmas: uma de Jardim A, de uma escola privada; e outra de 1º ano, de uma escola pública em Porto Alegre-RS. Os resultados revelaram diferenças significativas entre as duas turmas. A turma de Jardim A (4-5 anos), acostumada à leitura regular e a um ambiente de diálogo, demonstrou alto engajamento, formulou inferências, conectou a narrativa aos seus conhecimentos prévios e experiências pessoais, e manteve o foco por um período prolongado. Já a turma do 1º ano (6-7 anos), cuja rotina de leitura era irregular e centrada em livros didáticos com narrativas curtas e que limitavam o diálogo, apresentou dificuldade em manter o foco e desenvolver respostas para as perguntas apresentadas, apesar de demonstrarem compreensão em alguns momentos. A análise das duas mediações permite inferir que a principal diferença entre os grupos não foi a realidade social, mas sim o hábito leitor e a liberdade de expressão proporcionada em sala de aula. Isso reforça a importância de tornar a leitura mediada qualificada parte da rotina nas escolas desde os primeiros anos. Para isso, é essencial que as práticas pedagógicas e o ambiente estejam alinhados com esse objetivo. Apesar das limitações da amostra e do tempo de observação, este estudo destaca a necessidade de um trabalho pedagógico intencional e consciente para a formação de leitores críticos e autônomos. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Curso de Pedagogia: Licenciatura.
Coleções
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TCC Pedagogia (1470)
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