Guardados da infância : memórias que contamos, memórias que nos narram
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Data
2014Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Resumo
A pesquisa intitulada Guardados da Infância: memórias que contamos, memórias que nos narram propõe compreender, a partir de uma abordagem foucaultiana, como as professoras de educação infantil produzem suas memórias de infância e como, hoje, a partir de um olhar adulto, elas percebem suas rememorações infantis. Assim, este estudo tem como objetivo promover discussões sobre os conceitos de memória, infância e narrativa. A possibilidade de se realizar uma pesquisa que levante questões relacionada ...
A pesquisa intitulada Guardados da Infância: memórias que contamos, memórias que nos narram propõe compreender, a partir de uma abordagem foucaultiana, como as professoras de educação infantil produzem suas memórias de infância e como, hoje, a partir de um olhar adulto, elas percebem suas rememorações infantis. Assim, este estudo tem como objetivo promover discussões sobre os conceitos de memória, infância e narrativa. A possibilidade de se realizar uma pesquisa que levante questões relacionadas com as memórias de infância das professoras nos leva a problematizar sobre a maneira como o indivíduo produz, não somente sua subjetividade docente, mas também as singularidades que constituem as diferentes esferas que o compõem como sujeito. Para dar conta destas questões, cinco professoras foram convidadas a compor narrativas a respeito de suas infâncias, com o intuito de acessar os guardados de suas memórias e com o objetivo de falarem e refletirem a respeito de si. Para tanto, o corpus de análise desta pesquisa é composto por dois conjuntos de materiais: o primeiro deles foi produzido a partir de entrevistas gravadas e, posteriormente, transcritas. O segundo constitui-se por um tipo particular de escrita, produzida pelos próprios sujeitos da pesquisa. Trata-se de cartas que as professoras escreveram a partir de uma solicitação singular: “o que você escreveria para a criança que [você] foi?”, seguida por outra: “o que a criança que você foi escreveria para o adulto que você é?”. Para a realização da análise dos dados, além dos estudos de Foucault sobre narrativa de si e sobre a produção da subjetividade (sobretudo quando relacionada às tecnologias do eu) foram utilizadas as discussões sobre o conceito de memória de Walter Benjamin. Trata-se, portanto, das ferramentas teóricas que serviram de apoio para que fosse possível pensar de que forma as professoras de educação infantil narram suas memórias de infância e como se relacionam com elas. Sendo assim, a partir da fala das professoras, foi possível constatar que, primeiramente, ao serem convidadas a falarem a respeito de si, demonstraram em suas falas (orais e escritas) elementos que torna possível afirmar que, ao fazerem uso desta tecnologia do eu, foram compondo a e compondo-se na linguagem. De modo semelhante, os processos de autonarração permitiram que enunciassem seus modos de ser, fazendo-nos pensar que o ato de narra-se viabilizou outras formas de existência. E, a fim de tentar compreender como as professoras constroem suas narrativas infantis, foi possível pensar que, ao produzir narrativas a respeito de si, o sujeito pode, constantemente, (re) criá-las e (re) criar-se a partir delas, ou seja, criar uma ficção de si mesmo, ou, como diria Foucault, transformar sua vida, fazendo dela uma obra de arte. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Curso de especialização em Docência na Educação Infantil.
Coleções
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Ciências Humanas (1949)
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