O emprego do subjuntivo e a hipercorreção linguística em dados do Vale do Taquari/RS
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Data
2014Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Este trabalho pretende descrever o uso do presente do subjuntivo por falantes do Vale do Taquari/RS, analisando a alternância no emprego dos modos subjuntivo e indicativo e investigar quais fatores interferem na escolha de um ou outro modo pelo falante. A principal hipótese é de que os falantes pesquisados utilizem, em algumas situações, formas do indicativo em construções nas quais a gramática normativa prevê a utilização do modo subjuntivo (ex.: “É preciso que AMAMOS o próximo” em lugar de “É ...
Este trabalho pretende descrever o uso do presente do subjuntivo por falantes do Vale do Taquari/RS, analisando a alternância no emprego dos modos subjuntivo e indicativo e investigar quais fatores interferem na escolha de um ou outro modo pelo falante. A principal hipótese é de que os falantes pesquisados utilizem, em algumas situações, formas do indicativo em construções nas quais a gramática normativa prevê a utilização do modo subjuntivo (ex.: “É preciso que AMAMOS o próximo” em lugar de “É preciso que AMEMOS o próximo”) por um processo de hipercorreção. No modo indicativo, a terminação verbal –emos (ex.: ontem nós voltemo(s)), quando empregada para designar pretérito perfeito do indicativo, é estigmatizada e denota baixa escolaridade. Por isso, alguns falantes, tentando evitar essa formação entendida por eles como “errada”, acabam corrigindo aquilo que, na verdade, não precisa ser corrigido. Foram realizadas trinta e três entrevistas com falantes da região do Vale do Taquari/RS. As entrevistas foram gravadas e analisadas de forma quantitativa e qualitativa seguindo, em certa medida, os pressupostos da Teoria da Variação Linguística (Labov, 1966, 1972). O instrumento de pesquisa utilizado foi criado exclusivamente para este fim e envolve leitura silenciosa, leitura audível e resposta a questões alternativas. Nos resultados obtivemos indícios de que a hipercorreção pode estar ocorrendo nessa comunidade, pois o índice de desacordo com a gramática normativa foi maior nos contextos favoráveis à hipercorreção (verbos de primeira conjugação com a primeira pessoa do plural) do que nos contextos em que a hipercorreção não ocorre (verbos de segunda e terceira conjugação com a primeira pessoa do plural). Do ponto de vista qualitativo, os depoimentos de alguns informantes após a aplicação dos instrumentos contribuíram para a hipótese de hipercorreção no emprego das formas em discussão. ...
Abstract
This paper aims to describe the use of the present of the subjunctive by speakers from Vale do Taquari - RS, analyzing alternation in the use of the subjunctive and indicative moods and to investigate which factors influence the choice of the former or the latter by the speaker. The main hypothesis is that the speakers surveyed use, in some situations, the indicative forms in constructions in which the normative grammar prescribe the use of the subjunctive mood (e.g.: “É preciso que AMAMOS o pr ...
This paper aims to describe the use of the present of the subjunctive by speakers from Vale do Taquari - RS, analyzing alternation in the use of the subjunctive and indicative moods and to investigate which factors influence the choice of the former or the latter by the speaker. The main hypothesis is that the speakers surveyed use, in some situations, the indicative forms in constructions in which the normative grammar prescribe the use of the subjunctive mood (e.g.: “É preciso que AMAMOS o próximo” instead of “É preciso que AMEMOS o próximo”) through a process called hypercorrection. In the indicative mood, the verb ending -emos (e.g.: ontem nós voltemo(s)) is stigmatized and denotes low education. Therefore, some speakers, in an attempt to avoid making a “mistake", end up correcting what actually does not need to be corrected. Thirty-three interviews with speakers from the region of Lajeado/RS were conducted. The interviews were recorded and analyzed quantitatively and qualitatively. The research instrument used was created exclusively for this purpose and involves silent reading, audible reading and answering to questions with two possible responses. The results obtained evidence that hypercorrection may be occurring in this community, because the rate of disagreement with the normative grammar was higher in favorable contexts to hypercorrection (first conjugation verbs with the first person of the plural [we]) than in contexts where hypercorrection does not occur (second and third conjugation verbs with the first person of the plural). In addition to this, some informants showed hypercorrection production in their statements after the tests. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Curso de Letras: Licenciatura.
Coleções
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TCC Letras (1212)
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