Padrões alimentares, estado nutricional e controle da doença em pacientes asmáticos atendidos em um centro de referência

Abstract

A asma é uma doença inflamatória crônica que acomete as vias aéreas, principalmente o pulmão, caracterizada pela hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação do fluxo aéreo. A obesidade e o índice de massa corporal (IMC) têm sido considerados importantes fatores de risco para adultos com asma, assim como a dieta e os padrões alimentares. Para este estudo transversal, foram avaliados 198 pacientes adultos asmáticos, atendidos em um centro de referência em Porto Alegre, Brasil. Os pacientes responderam a um recordatório alimentar de 24h e a um questionário com informações do histórico da doença, grau de controle e gravidade, além de realizarem avaliações pulmonares e antropométricas. Para obtenção dos padrões alimentares utilizou-se análise fatorial exploratória e para extração dos fatores o método de análise de componentes principais. O IMC médio encontrado foi 29,6 ± 5,7 kg/m² e 41,9%, foram classificados como obesos. Em relação à gravidade da doença, 72,7% foram classificados com asma persistente grave. Quanto ao grau de controle, 59,5% dos pacientes apresentavam asma não controlada. Foram identificados três padrões alimentares denominados Açúcares, Saudável, Gorduras e Álcool. Observou-se, que o padrão Gorduras e Álcool mostrou-se significativamente associado ao sexo masculino. No entanto, não foram observadas associações entre as demais variáveis e os padrões alimentares. Como conclusão deste trabalho, podemos observar que os padrões encontrados são semelhantes aos padrões de outros estudos com população de asmáticos. Mesmo não havendo associação significativa entre os três padrões encontrados e estado nutricional e o controle da doença, recomenda-se manter um padrão alimentar e de vida saudável, consumindo alimentos naturais e o menos processado possível, para se obter quantidades e qualidades de micronutrientes importantes para a saúde geral, prevenção e controle da asma, afim de evitar ganho excessivo de peso, o que já se sabe que é importante fator de risco para a asma e para outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis.