Consumo de embalagens plásticas em serviço de nutrição de um hospital universitário : avaliação de consumo antes e durante pandemia por covid-19

Abstract

Em 2019, um surto do vírus SARS-CoV-2 iniciou em Wuhan (China) e se alastrou mundialmente, alterando o panorama de contágio local (epidemia) para uma pandemia. A COVID-19 gerou inúmeras vítimas no mundo todo, o que demandou a utilização de medidas sanitárias com o objetivo de reduzir a curva de contaminação e mortes. O isolamento social foi uma das medidas adotadas para conter a proliferação da contaminação, o que resultou no crescimento dos serviços de tele-entrega, inclusive de alimentos. Este mesmo crescimento da utilização de embalagens plásticas pode ser notado na área da saúde, visto que para diminuir a contágio entre os pacientes e funcionários, e entre os próprios pacientes, ocorreu um aumento no uso seringas, tubos endotraqueais, aventais cirúrgicos, embalagens de bolsa de sangue, luvas e máscaras. Levando em consideração esta conjuntura, uma inquietação apareceu ao se pensar que o tempo decomposição do plástico na natureza é elevado, o que em consequência gera um acúmulo no meio ambiente, ocasionando poluição nas cidades, estradas, florestas, oceanos, mares e rios. Na área da Alimentação Coletiva esse fenômeno não foi diferente. Em um Serviço de Nutrição e Dietética (SND) de um hospital existem variadas formas de servir os alimentos, as quais estão relacionadas ao tipo de patologia de cada paciente. Devido à pandemia, os alimentos passaram a ser servidos em embalagens plásticas descartáveis, a fim de diminuir a contaminação entre pacientes e funcionários. Tendo em vista as mudanças no processo de produção e distribuições dos alimentos decorrentes da pandemia de covid-19, o presente estudo teve a finalidade de avaliar o impacto gerado na utilização de embalagens plásticas no Serviço de Nutrição e Dietética (SND) de um hospital universitário no sul do Brasil. Essa pesquisa consiste em um estudo de caso, de caráter descritivo, com abordagem quantitativa e com a utilização de dados secundários. A pesquisa apresentou um número total de 5.565.815 embalagens plásticas utilizadas no ano de 2019 (período pré-pandemia) e um número menor (5.290.470) no ano de 2020 (durante a pandemia). Em 2020, algumas embalagens plásticas apresentaram um aumento na utilização, foram elas: faca plástica descartável, garfo plástico descartável, pote (copo) isotérmico 300ml, prato 3 divisórias polipropileno, saco para pão pequeno, saco para talheres, copo NEO 37ml transparente com tampa, prato plástico descartável branco 26cm, copo de 50 ml, copo de 300ml com tampa. Em relação ao custo anual das embalagens plásticas utilizadas em 2019 no período pré-pandemia conforme demonstrado nas tabelas 3 foi de R$ R$ 737.886,15 reais, menor que no ano de 2020 que foi de R$ 852.240,75 reais. Com os principais achados deste estudo podemos perceber que houve um aumento no consumo de embalagens plásticas, principalmente aquelas que eram utilizadas no setor de internação da Covid-19, mesma que a comparação anual de embalagens no geral tenha sido menor comparado ao ano 2019 (pré-pandemia). No mercado existem embalagens menos impactantes ao meio ambiente, como, por exemplo, as embalagens produzidas com o biobagaço da cana, que têm um custo inferior e semelhante ao que o hospital universitário do sul do Brasil costuma comprar.

In 2019, an outbreak of the SARS-CoV-2 virus started in Wuhan (China) and spread worldwide, changing the landscape from local contagion (epidemic) to a pandemic. COVID-19 generated a survey around the world, which required the use of sanitary measures in order to reduce the contamination and death curve. Social isolation was one of the measures adopted to contain the spread of contamination, which resulted in the growth of tele-delivery services, including food. This same growth in the use of plastic packaging can be seen in the health area, since to reduce contagion between patients and employees, and among patients themselves, there is an increase in the use of syringes, endotracheal tubes, surgical gowns, packaging of blood bag, gloves and masks. Taking into account this situation, a concern appeared when thinking that the time for plastic decomposition in nature is high, which in consequence generates an accumulation in the environment, causing pollution in cities, roads, forests, oceans, seas and rivers. In a hospital (SND) there are several ways to serve food, which are related to the type of pathology of each patient. Due to the pandemic, food started to be served in disposable plastic packaging, in order to reduce contamination between patients and employees. In view of the impact caused by human action on the environment at this time of pandemic, the present study aimed to assess the impact of COVID-19 on the use of plastic packaging in the Nutrition and Dietetics Service (SND) of a university hospital in the southern Brazil. This survey consists of a case study, descriptive, with a quantitative approach and using secondary data. The survey showed a total number of 5,565,815 plastic packages used in the year 2019 (pre-pandemic period) and a smaller number (5,290,470) in the year 2020 (during the pandemic). In 2020, some plastic packaging showed an increase in use, they were: disposable plastic knife, disposable plastic fork, 300ml isothermal pot (cup), polypropylene 3-divider plate, small bread bag, cutlery bag, 37ml transparent NEO cup with lid , 26cm white disposable plastic plate, 50ml cup, 300ml cup with lid. Regarding the annual cost of plastic packaging used in 2019 in the pre-pandemic period, as shown in tables 3, it was R$ 737,886.15 reais, lower than in 2020, which was R$ 852,240.75 reais. With the main findings of this study, we can see that there was an increase in the consumption of plastic packaging, especially those that were used in the Covid-19 inpatient sector, even though the annual comparison of packaging in general was lower compared to the year 2019 (pre -pandemic). There are packages on the market that are less impactful on the environment, such as packages produced with sugarcane biobagasse, which have a lower cost and similar to what the university hospital in southern Brazil usually buys.