Consumo de diferentes tipos de carne e de ovos em pacientes transplantados renais
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Data
2020Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Introdução: Pacientes com doença renal crônica tendem a modificar seu consumo alimentar após o transplante renal. A gama de escolha dos alimentos torna-se maior devido a menores restrições dietéticas. Dietas ricas em proteína são conhecidas por induzir alterações significativas na saúde renal. Entretanto, a literatura demonstra que não somente a proteína em si gera essas alterações, como também há diferenças entre o impacto de fontes distintas de proteína na função renal. Objetivo: avaliar o co ...
Introdução: Pacientes com doença renal crônica tendem a modificar seu consumo alimentar após o transplante renal. A gama de escolha dos alimentos torna-se maior devido a menores restrições dietéticas. Dietas ricas em proteína são conhecidas por induzir alterações significativas na saúde renal. Entretanto, a literatura demonstra que não somente a proteína em si gera essas alterações, como também há diferenças entre o impacto de fontes distintas de proteína na função renal. Objetivo: avaliar o consumo de tipos de carne (carne vermelha, carne branca, carne processada) e de ovos em pacientes transplantados renais e sua associação com parâmetros antropométricos e laboratoriais, incluindo função renal, perfil lipídico e hemoglobina glicada. Metodologia: O consumo de tipos de carnes e ovos de pacientes transplantados renais foi estimado a partir de ao menos seis recordatórios de 24h coletados ao longo de um ano, iniciando no segundo mês pós transplante. Dados de peso e circunferência abdominal foram coletados mensalmente nos primeiros seis meses e a cada três meses no semestre subsequente. Para a avaliação de composição corporal foi realizada bioimpedância a cada três meses, bem como a avaliação bioquímica. Resultados: Cento e seis pacientes transplantados renais foram incluídos no estudo. A média de idade da amostra foi de 50 ± 13,4 anos, onde 64,15% eram do sexo masculino e 76,42% eram de etnia branca. A média de peso no momento do transplante foi de 72,55 ± 14,25 kg, IMC médio de 26,46 ± 4,49 kg/m². Em relação ao consumo alimentar, a média do consumo calórico diário foi de 1749,22 ± 33,76 kcal e a relação de kcal por quilo de peso teve uma média de 24,31 ± 0,68 kcal/kg. A ingestão proteica total e por quilo de peso foi de 88,67 ± 1,87 gramas e 1,22 ± 0,03 gramas, respectivamente. Quando avaliamos separadamente as fontes de proteína, observamos um consumo diário de carne vermelha de 67,22 (34,44 - 92,78) gramas e 77,78 (46,67- 124,31) gramas de carne branca. Em relação ao consumo de carnes processadas e ovos, o consumo foi 2,92 (0,00- 12,50) gramas e 15 (3,94 - 37,60) gramas, respectivamente. O consumo de carne vermelha apresentou correlação com peso corporal (0,101; p=0,027), circunferência de cintura (0,096; p=0,035), creatinina sérica (0,138; p=0,006), inversamente ao consumo de carne branca (-0,483; p=0,000) e ao consumo de ovos (-0158; p=0,000) e entre carnes processadas com valores de colesterol LDL (0,134; p=0,036) e inversamente com as fibras (-0,140; p=0,003) foram observadas. Já o consumo de ovos apresentou correlação positiva a massa corporal gorda (0,099; p=0,032) e inversamente à creatinina (-0,099; p=0,049), ao colesterol total (-0,103; p=0,043) e ao colesterol LDL (-0,128; p= 0,046). Conclusão: O consumo de carne vermelha e processada sugere um aumento do risco cardiovascular em pacientes transplantados renais, enquanto que o consumo de carnes brancas e ovos parece apresentar um efeito protetor. Mais estudos devem ser realizados a fim de avaliar as diversas fontes de carne juntamente com outras fontes de proteína animal, como laticínios e fontes de proteína vegetal. ...
Abstract
Introduction: Patients with chronic kidney disease tend to modify their food intake after kidney transplantation. The range of food choices is widened due to less dietary restrictions. Protein-rich diets are known to induce significant changes in kidney health. However, the literature demonstrates that does not the protein itself generate these changes, but there are also differences between the impact of different protein sources on renal function. Objective: to evaluate the consumption of typ ...
Introduction: Patients with chronic kidney disease tend to modify their food intake after kidney transplantation. The range of food choices is widened due to less dietary restrictions. Protein-rich diets are known to induce significant changes in kidney health. However, the literature demonstrates that does not the protein itself generate these changes, but there are also differences between the impact of different protein sources on renal function. Objective: to evaluate the consumption of types of meat (red meat, white meat, processed meat) and eggs in kidney transplant patients and their association with anthropometric and laboratory parameters, including renal function, lipid profile and glycated hemoglobin. Methodology: The consumption of differents sources of meat and eggs of 106 kidney transplant patients was estimated based on at least six 24-hour recalls collected over a year, starting in the second month after transplantation. Weight and waist circumference data were collected monthly in the first six months and every three months in the subsequent semester. For body composition assessment, bioimpedance was performed every three months, as well as biochemical assessment. Results: One hundred and six kidney transplant patients were included in the study. The mean age of the sample was 50 ± 13.4 years, where 64.15% were male and 76.42% were white. The average weight at the time of transplantation was 72.55 ± 14.25 kg, with an average BMI of 26.46 ± 4.49 kg / m². Regarding food consumption, the average daily caloric consumption was 1749.22 ± 33.76 kcal and the ratio of kcal per kilogram of weight had an average of 24.31 ± 0.68 kcal / kg. The total protein intake and per kilogram of weight was 88.67 ± 1.87 grams and 1.22 ± 0.03 grams, respectively. When assessing protein sources separately, we observed a daily consumption of red meat of 67.22 (34.44 - 92.78) grams and 77.78 (46.67- 124.31) grams of white meat. Regarding the consumption of processed meats and eggs, the consumption was 2.92 (0.00 - 12.50) grams and 15 (3.94 - 37.60) grams, respectively. The present study did not observe a directly significant impact of the consumption of different sources of meat with renal function, inflammation and other anthropometric and metabolic parameters in renal transplant patients. However, some weak correlations between the consumption of red meat with body weight (0,101; p=0,027) waist circumference (0,096; p= 0,035) and creatinine (0,138; p=0,006) and conversely to the consumption of white meat (-0,483; p=0,000) and eggs (-0158; p=0,000) between processed meats with LDL cholesterol (0,134; p=0,036) and conversely to the consumption of fiber (-0,140; p=0,003) were observed. The consumption of eggs showed a positive correlation with fat mass (0,099; p=0,032) and inversely proportional, with creatinine levels (-0,099; p=0,049), total cholesterol (-0,103; p=0,043) and LDL cholesterol (-0,128; p= 0,046). Conclusion: The consumption of red and processed meat suggests an increase in cardiovascular risk in kidney transplant patients, while the consumption of white meat and eggs seems to have a protective effect. Further studies should be carried out in order to evaluate the different sources of meat together with other sources of animal protein, such as dairy products and vegetable protein sources. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Curso de Nutrição.
Coleções
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TCC Nutrição (579)
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